Os petroleiros e petroleiras do Rio Grande do Sul têm um importante compromisso no dia 03 de setembro, às 19h. Será neste dia a audiência púbica virtual para o lançamento da Campanha Petrobrás Fica no RS. O evento é promovido pelas Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobrás, Frente Parlamentar Em Defesa da Petrobrás como Fomentadora de Desenvolvimento para o Rio Grande do Sul, com o apoio do Sindipetro-RS e da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
A campanha nacional "Petrobras Fica" começou a correr o país no dia 07 de agosto, com o objetivo de denunciar o acordo entre a empresa e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que prevê a privatização de oito das 13 refinarias da estatal. De um lado, Cade e a direção Petrobrás alegam que o acordo visa aumentar a competitividade do mercado. De outro, trabalhadores e parlamentares da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás denunciam que a decisão precisa ser investigada pelo Ministério Público Federal pela falta de transparência e por ameaçar o futuro do país.
O acordo foi fechado para encerrar uma investigação aberta junto ao Cade pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) por práticas anti-competitivas. No entanto, o processo não foi nem mesmo julgado. Após menos de dois meses de investigação, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, assinou um acordo se comprometendo com a venda das empresas. Castello Branco, que está à frente da companhia desde janeiro do ano passado, é um entusiasta da privatização da empresa. Menos de um mês após o acordo para vender as refinarias, a Petrobrás assinou outro documento junto ao Cade, comprometendo-se a vender ativos do mercado de gás natural.
A empresa se comprometeu que até 2021 vai se desfazer de oito refinarias de petróleo, entre elas a Refap, o equivalente a quase 50% da sua capacidade atual de refino. Estão na mira do governo, também, as refinarias Abreu e Lima (PE), Xisto (PR), Presidente Getúlio Vargas (PR), Landulpho Alves (BA), Gabriel Passos (MG), Isaac Sabbá (AM) e a Refinaria de Lubrificantes e Derivados (CE).
Um estudo divulgado pela BrasilCom – associação que reúne 43 distribuidoras regionais de combustível, mostrou que a venda das refinarias pode acarretar em risco de desabastecimento no caso do novo operador decidir exportar produtos; risco de redução da competitividade na etapa da distribuição, caso o novo operador seja uma empresa verticalizada para a distribuição e falta de definição de regras de transição que garantam a competitividade até a finalização da venda das refinarias.