Em meio à gravidade da crise sanitária, econômica e política que impõe perdas de vidas e acelera os níveis de desemprego e pobreza, a gestão Castello Branco escancara aquela velha máxima: farinha pouca, meu pirão primeiro. Retalha a Petrobrás para privatiza-la a toque de caixa, aumenta a remuneração da diretoria em mais de 33%, expõe os trabalhadores à contaminação do coronavírus para garantir os lucros dos acionistas, enquanto propõe 0% de reajuste à categoria.
Na primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, realizada nesta quinta-feira, 30, com o RH da Petrobrás e subsidiárias, os gestores negaram a prorrogação do Acordo Coletivo em pleno estado de calamidade pública e desconsideraram as principais reivindicações que os petroleiros aprovaram no Confup.
A gestão Castello Branco não só propôs 0% de reajuste para os trabalhadores, como apresentou uma contraproposta que impõe perdas ainda maiores para a categoria, como fim da dobradinha; aumento de até 1422% no grande risco da AMS, penalizando os mais velhos e os menores salários; redução da HE na troca de turno, entre outras medidas que apontam para o desmonte do ACT e reforçam o descumprimento de legislações e acordos mediados pelo TST.
Em relação ao teletrabalho, o RH sinalizou a possibilidade de uma reunião sobre o tema, fora do âmbito do Acordo Coletivo. A FUP reiterou a reivindicação da categoria de negociar o regramento do teletrabalho no ACT e encaminhará à empresa uma proposta de data para o início das negociações.
Além disso, a gestão da Petrobrás, que já vem invisibilizando as contaminações e mortes pela covid-19 entre os trabalhadores terceirizados, se nega a restabelecer o Fundo Garantidor, se eximindo de qualquer responsabilidade com esses trabalhadores, que são os mais desprotegidos e vulneráveis em meio à pandemia.
> 0% de reajuste no salário e em todos os benefícios
> Fim do adicional de campo terrestre
> Retirada da HE dos feriados trabalhados no turno (dobradinha) no Carnaval, 21 de abril, 1º de maio, 7 de setembro e 15 de novembro
> Redução da HE troca de turno para 50%
> Estabilidade de emprego: empresa rejeita pactuar no ACT o acordo que já firmou com o MPT, que proíbe demissão coletiva por 5 anos sem discussão prévia com os sindicatos. Também se nega a negociar estabilidade perto da aposentadoria.
> AMS: reajuste do grande risco em até 1422% (média de reajuste em 143%); acaba com a autogestão; aumenta a relação de custeio (60 empresa x 40 trabalhadores/hoje é 70x30); mantém a caixa preta da AMS, sem auditoria independente; mantém o pagamento por boleto.
> Teletrabalho: se recusa a negociar o regramento no ACT. Propõe reunião específica, sem deixar claro que será uma reunião informativa ou negociação.
> Fundo garantidor: se recusa a discutir garantias para os trabalhadores terceirizados
> Acaba com o abono de faltas justificadas pelo acompanhamento de dependentes a atendimento médico