Preocupada com a possibilidade do aumento no número de casos de violência contra as mulheres durante o isolamento social determinado por vários governadores para conter a disseminação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, a CUT Pernambuco lançou uma campanha #FiqueEmCasa sem violência contra mulher.
A entidade se baseou em registros de aumento de casos de violência doméstica contra as mulheres em países onde a quarentena envolveu um grande número de pessoas, como a China e os Estados Unidos (EUA) e também na recomendação da Organização Mundial da Saúde e da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres. Na Índia, o número de casos dobrou durante a primeira semana de restrições de circulação.
Segundo a ONU Mulheres, em um contexto de emergência, os riscos de violência doméstica contra mulheres e meninas são maiores devido ao aumento das tensões em casa, que são onde acontecem os maiores casos de violência. As sobreviventes da violência ainda podem enfrentar obstáculos adicionais para fugir dessas situações ou acessar medidas de proteção que salvam vidas e serviços essenciais devido a fatores como restrições ao movimento em quarentena.
“Foi exatamente este o motivo da nossa campanha”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-PE, Liana Araújo. “Nós queremos estimular as mulheres a denunciar os casos de violência no 180 e conscientizá-las dos meios que existem para elas fazerem estas denúncias. O que não pode é se calar e continuar sofrendo qualquer tipo de violência”, afirmou a dirigente.
Para Liana, a preocupação com as vítimas de violência doméstica durante o período de isolamento social não é somente do Brasil, mas do mundo todo.
“A Organização Mundial da Saúde estima que uma a cada três mulheres no mundo sofrem violência física ou sexual, na maioria das vezes por um parceiro íntimo. Ou seja, para essas mulheres ficar em casa para conter a disseminação do coronavírus significa estar trancada com seu agressor”, explica.
“#Fiqueemcasa sem violência contra as mulheres Mulheres e caso sofram qualquer tipo de violência, denunciem-no. Disque 180!”, finaliza Liana.
Com informações da CUT-PE