As atitudes da gestão da Petrobrás em relação a pandemia do coronavírus (Covid-19), está deixando os trabalhadores indignados. A situação é tão grave que em todas as Lives da semana, forma como o SINDIPETRO-RS tem levado informações aos trabalhadores, os dirigentes trataram a questão. E o problema não se limita ao RS. Para resolver esta questão, o SINDIPETRO-RS enviou, dia 16 de março, ofício ao RH da empresa, cobrando medidas preventivas ao coronavírus (Covid-19). A iniciativa foi uma resposta à preocupação colocada pelos trabalhadores em relação a pandemia.
No documento, o Sindicato afirma que as medidas anunciadas pela REFAP, até aquela data, não eram claras quanto a proteção dos trabalhadores, especialmente os de turno, inspeção e manutenção. Também solicitou a suspensão do uso dos táxis aéreos da empresa Cootaero; cobrou ações em relação a extensão das jornadas depois das dobras, o que tem causado muito estresse aos trabalhadores, entre outras questões.
Para os trabalhadores, as medidas da Refap aumentam o risco de contágio entre os petroleiros e seus familiares, bem como comprometem a segurança.
PARADA DE MANUTENÇÃO
A entidade demonstrou preocupação com a parada de manutenção, programada para abril. Uma das questões está relacionada com o volume de trabalhadores que aumenta muito nestes períodos, com alto risco de contaminação.
OUTROS PROBLEMAS
Foram ainda relatados problemas em relação a situações de materiais de higiene, compartilhamento de equipamentos, lotação dos refeitórios e copas, transporte em ônibus e vans e, também, quanto aos terceirizados e como as contratadas estão tratando a situação.
Na sexta-feira, 20, o SINDIPETRO-RS teve outra reunião com a gestão da Refap. O encontro aconteceu depois de uma manifestação em frente a refinaria, quando os trabalhadores do turno não entraram e uma Comissão do Sindicato se reuniu com representantes da empresa.
De imediato os dirigentes colocaram a necessidade de cancelar a implantação do turno de 4 x 12, o que foi aceito pela empresa. Em seguida foram abordadas outras questões para garantir ao máximo a segurança e a saúde dos trabalhadores.
O Sindicato solicitou que seja tirado o máximo de pessoas de dentro da Refinaria, colocadas em home office ou em quarentena. Que Fiquem no local apenas os trabalhadores essenciais para a continuidade operacional, como turno e manutenção e pessoal de apoio (higiene, limpeza). Segundo a dirigente Miriam Cabreira, a Refap está reduzindo as equipes paulatinamente, quando deveria fazer isso rapidamente. "No nosso entendimento, há que se avaliar os serviços críticos e só então chamar as equipes específicas. Mas o que vimos foi até corte de grama e pintura de linhas, situações que poderiam tranquilamente serem realizadas em outros momentos", ponderou.
PEQUENO PAÍS
Miriam lembrou que a Refap se comporta como se fosse um pequeno país, onde chegam e saem várias pessoas da região metropolitana interagindo com os trabalhadores. "Neste momento, é preciso interromper este convívio social", acrescentou.
O Sindicato também reiterou que se, para a empresa, é importante manter a refinaria funcionando, é ainda mais necessário proteger os trabalhadores que ficam em turno, exatamente para garantir esta operação.
POSIÇÃO DA EMPRESA
A posição da empresa foi de que, nesta semana, a manutenção já estará drasticamente reduzida. Segundo os gestores, 50% dos terceirizados não estarão na refinaria e a equipe própria será de dois regimes de turno de 12 horas, mantendo 5 grupos de operação.
O Sindicato ainda colocou que é necessário que os trabalhos em turno sejam feitos por pessoas com condições de operar as unidades, como supervisores, coordenadores, pessoal do planejamento de parada, do GPI, entre outros, para reduzir ao máximo as horas extras. "As pessoas que trabalham têm que descansar, uma condição necessária à saúde e à imunidade, para enfrentar este momento", alertou Miriam.
O Sindicato continua acompanhando a situação para avaliar os encaminhamentos e, se necessário, tomar novas providências para garantir a saúde dos trabalhadores.