A ação dos petroleiros, na manhã dessa quinta-feira (13), para chamar atenção da população de que é possível vender gás de cozinha a R$ 40 foi um sucesso. Antes mesmo do horário previsto para começar a distribuição de senhas, uma grande fila se formava em frente à distribuidora de gás, no bairro Navegantes em Esteio.

Moradores do bairro aguardavam o início das vendas do gás de cozinha de 13 quilos, subsidiado pelos trabalhadores que estão preso dentro da refinaria há quase 15 dias. Enquanto isso, uma Marcha saia da praça do Soldado, centro do município, e seguia em direção a rua Rio Grande - local da atividade. Cantos de "aumento não, tem que baixar, gás de cozinha a preço popular", eram ecoados pelas ruas. Motoristas que passavam pela proximidade buzinavam e levantavam os braços em apoio a luta da categoria. Moradores recebiam panfletos explicativos e recebiam com tristeza a notícia de que a Petrobrás está a um passo de sair do estado.

Os 100 botijões oferecidos foram vendidos em uma hora. Segundo o proprietário da distribuidora, a mesma quantidade é vendida em torno de cinco dias.

O líder comunitário Walter Nazar, salientou que este ato solidário dos petroleiros ajudou o mês de moradores carentes, "que trabalham de dia para comer a noite". Para ele, a "Petrobrás não é o problema, ela seria a solução para todos os problemas". Segundo Walter, a população abraçou a luta dos petroleiros: "Muitos também estão aqui para apoiar o protesto dos trabalhadores, não é só pelo desconto. Se tirarem a refinaria será um vazio muito grande até na alma dos moradores. Vender o que é nosso não é a solução", defendeu.

A ação dos grevistas teve uma boa repercussão entre as mídias locais, pautando para o estado a luta dos trabalhadores em reverter o desmonte da estatal e a demissão em massa da categoria, além de levar o debate para um assunto que norteia o dia a dia dos brasileiros, como a política de preço da Petrobrás. Segundo o presidente do Sindicato do Petroleiros do RS (Sindipetro-RS), Fernando Maia, é uma forma de alertar a população sobre os prejuízos causados pela política de privatização da empresa. “Queremos mostrar que é possível vender o gás de cozinha com o valor acessível e justo, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobrás e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios”, pontuou ele.

GREVE

Nesta quinta-feira, 13, somamos 113 unidades na greve, em 13 estados do país, com mais de 20 mil petroleiros mobilizados.

São 53 plataformas, 23 terminais, 11 refinarias e mais 23 outras unidades operacionais e 3 bases administrativas na greve, em todo o Sistema Petrobrás.