Nov 25, 2024

Atividades no centro de Porto Alegre marcam o décimo dia de Greve

 

Há dez dias em greve, os trabalhadores da Refap receberam, no início dessa segunda-feira (10), o apoio do ex-ministro do Brasil, nos governos Lula e Dilma, Miguel Rossetto, que esteve em frente à refinaria conversando com os grevistas: "Os petroleiros lutam pelo Brasil e pela defesa da Petrobrás. A destruição da empresa é a destruição de um sonho, de fazer desse Brasil uma nação mais justa e igualitária. Nós, gaúchos, não podemos aceitar que a Refap saia do RS. Precisamos defender a refinaria e tudo o que ela representa ao estado".   

Logo depois, os trabalhadores ocuparam os vagões do Trensurb rumo a Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. Lá, a categoria petroleira se dividiu entre o uso do megafone e nas conversas individuais com cada cidadão que pedia explicação sobre a política de preço dos combustíveis e gás de cozinha.

A Torre do Petróleo

Os trabalhadores seguiram rumo a Torre do Petróleo, localizado, atualmente, na Praça da Alfândega.  O Monumento é símbolo da resistência petroleira, referência de atos e mobilizações populares contra o Regime Militar. Em seguida, seguiram com as manifestações no Mercado Público da capital, finalizando as atividades com a participação no Programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.

A Greve

A greve nacional dos petroleiros entra nesta segunda-feira em seu décimo dia, com adesões em 92 unidades do Sistema Petrobrás, em 13 estados brasileiros. Cerca de 20 mil trabalhadores estão mobilizados de norte a sul do país nesta que já é considerada pela FUP e seus sindicatos como a greve mais forte da categoria nos últimos anos.

Os petroleiros cobram a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas para terem início na próxima sexta-feira, 14, e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.

No final de semana, trabalhadores de mais três plataformas entraram em greve, junto com os operadores do Terminal Aquaviário de Vitória. Nesta segunda, pela manhã, os trabalhadores da manutenção e do escritório do terminal também aderiram ao movimento.

Já são, portanto, 40 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.

Brigada petroleira em Brasília

Ao longo desta semana, a FUP, os sindicatos de petroleiros e a CUT estarão com representações em Brasília, visitando os gabinetes de deputados e senadores no Congresso Nacional para que façam interlocução com a direção da Petrobrás e o governo visando à suspensão das demissões em massa na Fafen-PR, bem como das medidas arbitrárias que violam os fóruns de negociação previstos no Acordo Coletivo.

Petrobrás não negocia nem deixa sindicatos cumprirem liminar

A adesão dos petroleiros à greve ocorre sem piquetes, só na base do convencimento, em cumprimento à decisão do ministro do TST, Ives Gandra. A direção da Petrobrás, por sua vez, continua negando o acesso das representações sindicais às unidades para averiguar o quantitativo de trabalhadores necessário para manter com segurança o atendimento das necessidades básicas da população.

Em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.

Ao mesmo tempo, a Petrobrás informa que “as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento”.

A contradição da gestão da empresa evidencia o tratamento político que está dando à greve dos petroleiros, ao querer criminalizar o movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de “fura-greves”.

O artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89) afirma que patrão e empregados manterão "os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento".

Os petroleiros são os mais interessados na manutenção da segurança do ambiente de trabalho e na continuidade das operações após a greve.

Por que os gestores se negam a dialogar com a Comissão Permanente de Negociação da FUP segue há 11 dias em plantão de 24 horas dentro da sede da Petrobrás, buscando interlocução com a empresa?

Em vez disso, a gestão da Petrobrás continua tentando, sem sucesso, expulsar os cinco dirigentes sindicais que estão desde 31 de janeiro em uma sala de reuniões no andar onde funciona a gerência de Recursos Humanos, cobrando um canal de negociação com a empresa. 

 Com informações da FUP

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