Nov 25, 2024

Uso da mão de obra militar no INSS vai aumentar fraudes, avalia CNTSS

 

A decisão de Jair Bolsonaro em convocar 7 mil militares da reserva para trabalhar no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para pôr fim a fila de espera na concessão de cerca de 3 milhões de benefícios , além de não resolver o problema, vai acarretar no aumento de fraudes dentro do órgão. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT), Sandro Alex de Oliveira Cézar.

Segundo o dirigente, para fazer a concessão dos benefícios é preciso ter um “profundo conhecimento em direito previdenciário”  e, por mais que se pese a qualificação dos militares em suas atividades, eles não detêm a técnica necessária para detectar fraudes no sistema do INSS.

“Quando você não tem uma força de trabalho qualificada na atividade, você não consegue perceber as fraudes. Todos os dias aparecem nas agências e postos do INSS pessoas inescrupulosas e hábeis em dar informações falsas, que não correspondem com a verdade. Sem conhecimento, fica muito mais fácil aprovar um processo fraudulento. Essa decisão de Bolsonaro vai piorar o problema das filas no órgão”, afirma Sandro Alex.

Para ele, a decisão correta seria abrir concurso público e utilizar a mão de obra capacitada dentro do órgão para treinar as novas gerações de servidores públicos da Previdência.

“É preciso remontar a estrutura do INSS que vem sendo destruída desde a Emenda Constitucional (EC) nº 95, do Teto dos Gastos Públicos, que congelou os investimentos do governo federal. E Bolsonaro, em vez de retomar os investimentos para melhorar o atendimento da população, promove um apagão no INSS “, diz o dirigente.

Em artigo publicado no site do Sindicato dos Trabalhadores no Combate às Endemias e Saúde Preventiva no Estado do Rio de Janeiro (SINTSAÚDERJ), Sandro diz que a categoria vai ao Judiciário para garantir o atendimento à população.

O presidente da CNTSS critica ainda as benesses concedidas aos militares como o plano de carreira com reajustes salariais, dentro da reforma da Previdência da categoria.

“Salta aos olhos a reforma da Previdência de mentirinha feita sob medida para os militares”, afirma.

[Imprensa CUT]

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