Desmonta um pouco aqui, outro ali. Vende uma coisa aqui, outra acolá. Faz um PDV. Faz discursos bonitos e vende ilusões para os desavisados de que a privatização vai melhorar tudo e começa sair de ninho. Estaria tudo "bem", não fosse a realidade, a jogar na cara das pessoas todos os dias, as consequências do que representará a privatização e a saída da Petrobrás do Estado. Tanto é assim, que a REFAP nem foi vendida ainda e, o Rio Grande do Sul, já pode sentir os impactos deste anúncio. Não é só pela estimativa de redução de milhões em arrecadação nos municípios em que a empresa está presente diretamente, o aumento do desemprego, mas também em outros setores.

FALTA DE DIESEL

Depois de ver os preços do diesel, da gasolina, do gás de cozinha subirem absurdarmente, em função da política deste governo, algumas cidades gaúchas estão vendo o produto sumir.

Em Passo Fundo, por exemplo, alguns postos já registram falta de óleo diesel. Rapidamente, setores da sociedade tentam responsabilizar a greve dos petroleiros. Mas a verdade está bem longe disso. Há, segundo os proprietários dos postos, restrições na hora de adquirir o produto junto às distribuidoras, que alegam problemas nas refinarias. E muitos já falam que a escassez aumentará o preço do produto, e a conta recairá no consumidor final. Há quem afirme que a responsabilidade é da distribuidora, que estaria aguardando aumentar o preço do produto.

ISSO É O QUE NOS ESPERA NO FUTURO

O que acontece agora é um exemplo do que nos espera no futuro, caso a Petrobrás abandone o RS, como pretende a atual gestão da companhia.

Para o diretor do SINDIPETRO-RS, Dary Beck Filho, a falta de óleo nas bombas tem mais de um fator, como a dificuldade de atracação de navios para a entrega de petróleo e a baixa utilização da Refap (em torno de 60%, há vários meses), por determinação da gestão da Petrobrás e do governo. "Mas o principal é que hoje, por determinação do governo federal, a Petrobrás não tem mais o compromisso de levar combustíveis a todo o país. Antes, quando ocorriam problemas operacionais, a Petrobrás trazia diesel de outro lugar para abastecer o mercado gaúcho . O que acontece agora é um exemplo do que nos espera no futuro caso a Petrobrás abandone o RS como pretende a atual gestão da companhia".

VENDA DAS REFINARIAS

O Sindicato tem alertado, em diversos espaços, como câmaras de vereadores, assembleias legislativas, manifestações, seminários em universidades e outros locais, os prejuízos que a venda da Refap, trará para o estado. Mesmo assim, a estatal toca a passos largos a proposta de venda de quatro das oito refinarias, dutos e terminais no país, entre elas a de Canoas. Quatro grupos já teriam anunciado interesse na compra:

Mubadala, Sinopec, Raízen (Shell e Cosan) e Ultrapar e foram selecionadas pela Petrobrás para a segunda fase da venda do primeiro pacote de refinarias. Ultrapar e a Raízen devem entregar propostas para as duas refinarias na região sul (Refap e Repar), e para a Rnest, em Pernambuco. A Sinopec e o Mubadala disputam a Rlam, a mais antiga refinaria do Brasil, na Bahia.