Federação que representa petroleiros de todo o País alerta a sociedade para demissões e transferências em massa que vêm sendo promovidas pela atual gestão da companhia e que comprometem a segurança de seus trabalhadores e da população
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2019 – Os trabalhadores do setor de petróleo de todo o Brasil vão paralisar suas atividades de 25 a 29 de novembro para exigir da Petrobrás o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Durante esse período, os petroleiros vão promover ações para alertar a sociedade sobre os riscos da política de demissões em massa e transferências que vem sendo aplicada pela atual diretoria da companhia.
Além de demissões e transferências em massa, a diretoria da Petrobrás incluiu metas de segurança, saúde e meio ambiente (SMS) como critérios para pagamento de bônus e concessão de vantagens. Tais ações, de acordo com o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, ferem as cláusulas 41 e 86 do ACT, que tratam de trabalhadores efetivos, e o parágrafo 9o da cláusula 73 do mesmo acordo, que veda o uso de metas de SMS em avaliações.
“Está havendo um brutal corte de trabalhadores na Petrobrás. Nos últimos cinco anos, um em cada quatro trabalhadores efetivos da Petrobrás foram desligados da empresa. Entre os terceirizados foram dois em três”, alertou Rangel. No total, foram 270 mil trabalhadores que perderam seus postos de trabalho.
Além da redução de pessoal, a Petrobrás vem sofrendo um processo de enfraquecimento por parte de sua atual diretoria que pode comprometer ainda mais as suas operações. A venda de ativos em variados segmentos, como campos de petróleo e gás, passando pelo refino e chegando à distribuição, é outro fator de preocupação.
A paralisação também servirá como ação solidária. A FUP irá mobilizar petroleiros para realizar atividades em prol da sociedade, como doar sangue no Dia Nacional de Doação de Sangue, celebrado nesta segunda-feira (25/11). Os trabalhadores também vão continuar ajudando na limpeza das praias do Nordeste atingidas por um vazamento de óleo.
“Já estamos sentindo na prática a ausência da atuação da Petrobrás, com o desmonte do comitê do plano de ação de incidentes com óleo, por exemplo. Se ele ainda existisse, a contenção desse vazamento no Nordeste teria sido mais ágil e evitado a atual catástrofe”, afirma Rangel.
Release da Federação Única dos Petroleiros