O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), realiza nesta terça-feira, 30/04, um ato nacional contra a venda das refinarias da Petrobrás, anunciada pela direção da estatal na última sexta-feira (26). No estado, a mobilização será em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no município de Canoas, a partir das 7h30min. A manifestação também tem o objetivo de denunciar os prejuízos para o Brasil com a política de preços de combustíveis adotada pela empresa.
A venda das refinarias, é mais uma etapa para a privatização do Sistema Petrobrás, um ataque à soberania nacional e a autonomia do país em relação ao processamento de derivados de petróleo, colocando um setor estratégico da economia do país nas mãos de empresas estrangeiras.
A venda da Refap nada mais é do que a privatização do mercado de boa parte da região sul. Hoje, a Refap atende o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catariana e é esse mercado que estará sendo entregue a, praticamente, um monopólio privado. A atual política de preços (paridade internacional), implementada em 2016, só elevou os preços dos combustíveis, desta forma, a privatização da Refap não vai gerar concorrência e deixará o povo gaúcho a mercê das especulações em torno do petróleo e do dólar.
A Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos alertam que essa política de preços só favorece aos grandes investidores, em especial as grandes petroleiras internacionais, que têm interesse em ocupar o mercado para ampliar, os seus lucros, em detrimento da sociedade brasileira.
REFAP
A Refap tem capacidade de produzir 220 mil barris/dia. A Petrobrás gera 3,7 mil empregos diretos no Sul do país e aproximadamente outros 20 mil indiretos. Além disso, a estatal lidera o ranking de empresas que mais arrecadam impostos. Os repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), no Rio Grande do Sul, é de aproximadamente 17% de toda arrecadação. A venda da Refap trará graves impactos negativos à economia gaúcha, principalmente na geração de empregos, pois a tendência de qualquer empresa multinacional, que só visa o lucro, é diminuir, além do número de empregados, a média salarial, tendo como consequência o aumento do risco operacional e ambiental, pois os trabalhadores que permanecem na empresa ficam sobrecarregados.
Pela importância do assunto, o Sindipetro-RS defende que a luta contra a privatização da Petrobrás não pode ser apenas da categoria petroleira, mas de toda a sociedade e dos poderes públicos (governo, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores), de forma suprapartidária.