A vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República neste último Domingo, dia 28 de outubro de 2018, representa para o país, para a sociedade e para os trabalhadores, um brutal retrocesso em diversas áreas. Com suas propostas de privatização, retirada de direitos e manifestações de autoritarismo, exigirá da categoria uma forte resistência, tanto para defender as suas conquistas como para manter a Petrobrás como uma empresa estatal.
PRIVATIZAÇÃO
Não é novidade para ninguém a intenção do candidato eleito de privatizar boa parte do Sistema Petrobrás.
Nas propostas do candidato publicadas no PAPO DIRETO 259, está clara a intenção de “vender parcela substancial de sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades onde tenha poder de mercado”.
O projeto também desconstitui a política de conteúdo local, considerada por ele como “burocrática e que reduz a produtividade”, reforçando que irá acabar com o que ainda sobrou desta política.
Já quanto aos leilões, outra questão que tem sido fortemente cobrada pelos petroleiros e que foi de extrema polêmica no governo do golpista Temer, o projeto do candidato eleito não tem qualquer informação.
SERVIDOR PÚBLICO E APOSENTADORIA
Também é sabido a postura do candidato eleito em relação ao servidor público. Além de ter votado pelo congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e, com isso, contribuiu com a piora da oferta e da qualidade de políticas públicas essenciais em áreas como saúde e educação, acredita que o serviço público “é uma fábrica de marajás” e os trabalhadores e trabalhadoras que integram o funcionalismo são “o grande problema da Previdência no Brasil”.
Bolsonaro sempre deixou claro que, para ele, apenas os militares são dignos de tratamento diferenciado, pois, segundo o capitão reformado do Exército, o governo “não pode tratar policial militar e as Forças Armadas“ da mesma forma que o restante da classe trabalhadora brasileira. Tanto que, enquanto defende não mexer na aposentadoria dos militares, para os trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada e servidores públicos, ele defende mudanças e já havia se manifestado a favor da reforma da previdência.
De acordo com declarações do então candidato e de seu vice, general Mourão, o objetivo é mexer na previdência “como quer o mercado”, ou seja, nos moldes da reforma apresentada por Michel Temer (MDB-SP), que praticamente acaba com a aposentadoria dos brasileiros.
Especialistas também alertam que, nas entrelinhas do programa de governo, considerado vago, pode estar uma situação ainda mais grave, que é a perseguição política e a caça aos servidores públicos que têm estabilidade. A proposta de acabar com a estabilidade é defendida pelo presidente eleito.