As operadoras aposentadas da destilação da Refap, Heliane Lopez e Sida Mara da Silva, estão realizando um sonho. Co-autoras do livro Contos Contemporâneos 2018, as petroleiras estarão lançando a obra na 64º Feira do Livro de Porto Alegre, com a sessão de autógrafo no dia 04 de novembro, às 19h.
Durante quase 30 anos Heliane e Sida dedicaram as suas vidas à Petrobrás. E agora, diante dessa nova missão, a expectativa para o dia do evento é grande: " às vezes, me pego pensando se isso realmente está acontecendo. Parece que a ficha ainda não caiu!", festeja Heliane. Para Sida, este 04 de novembro será inesquecível: "estou muito animada com a realidade de ver meu nome, como escritora, num evento de tamanho importância", revela a petroleira.
A obra Contos Contemporâneos 2018, da editora AGE, é uma coletânea de histórias da turma da Oficina de Criação Literária, do escritor Alcy Cheuiche, onde as escritoras escrevem suas experiências pessoais, viagens e emoções vividas.
As nossas escritoras falaram com o Papo Direto:
Quanto tempo você trabalhou na Refap e qual função?
Heliane: Entrei na Refap em 1987. Em 1992 fiz outro concurso e passei para a função de Operador de Processos Industriais, operando Unidades da Destilação até 2017, quando me aposentei.
Sida: Trabalhei na empresa por quase 28 anos. Fui admitida na Refap em 1989, e fiquei na maior parte do tempo na Destilação.
Como surgiu a ideia de participar da Oficina de Criação Literária? Sempre gostou de escrever?
Heliane: Fui incentivada por um amigo que já havia feito um ano de Oficina e que adorava ouvir minhas histórias. Dizia que eu tinha um jeito divertido de narrar os fatos.
Eu nunca havia me permitido escrever. Parecia uma coisa muito distante da minha experiência sempre tão concreta e da minha vida tão tumultuada por compromissos do cotidiano. Sempre gostei muito de ler e admirava quem tinha o dom de escrever.
Sida: Sempre gostei de escrever desde criança. Adorava fazer poesias, e escrever sobre a vida, em diário. Quando aposentei queria fazer parte de algum projeto. Numa oportunidade, a colega e grande amiga Heliane, falou-me sobre a oficina literária, e me chamou para fazer, pois tinha muito a ver comigo. Aceitei na hora, e estamos juntas, nos descobrindo, nessa empreitada, nos dedicando aos contos.
Como é para você a sensação de participar de uma sessão de autógrafos do maior evento literário a céu aberto da América Latina?
Heliane: Um sonho! Ás vezes, me pego pensando se isso realmente está acontecendo... parece que a ficha ainda não caiu. Este é o grande legado da Oficina: mostrar que temos potencial e que as ferramentas para alcançá-lo estão disponíveis. Basta trabalhar. Pecado é não escrever, segundo o mestre Alcy Cheuiche.
Sida: Sempre cultivei o desejo de escrever um livro. Dizer que não pensei em uma "sessão de autógrafos" seria negar um sonho. Estou muito animada com a realidade de ver meu nome, como escritora, numa evento de tamanha importância, e expressividade, como a Feira do Livro de Porto Alegre. Estrear ao lado de outros escritores, numa coletânea de contos, desabrochando, para a literatura, é muito gratificante.
Do que se trata o Conto de sua autoria?
Heliane: No meu caso, tenho oito contos nesta coletânea. Cada um deles é muito especial. São pedacinhos de mim. Minha personagem é uma menina chamada Rafaela, meu alter ego.
Sida: contribuo com seis contos, que descrevem, em geral, experiências pessoais, viagens, sentimentos e emoções, vividas na companhia de minha filha e amigos queridos.
Quais são os projetos daqui pra frente?
Heliane: Estou pensando em fazer uma outra oficina com um enfoque mais psicanalítico, onde a figura da mulher é mais trabalhada. É uma possibilidade. Amigos tem me sugerido um blog com relatos de viagens e experiências de mergulho. E há também a possibilidade de relatar minha vivência como petroleira, mas são planos. A realidade é que tenho que estudar bastante e estar muito mais preparada para enfrentar um desafio deste tipo. Mas vamos lá. Descobri que escrever é mágico!
Sida: O projeto é seguir em outras oficinas literárias, para aperfeiçoar a parte técnica, participar de outros eventos de cultura, até sentir a hora do livro solo, quem sabe?
Que mensagem você deixa aos companheiros que estão se aposentando ou já estão aposentados?
Heliane: Acredito que somos pessoas privilegiadas. Livres do compromisso diário da atividade profissional, temos mais tempo para nos dedicar a nós mesmos.
Seja na atividade que for, que busquem momentos prazerosos e gratificantes. Temos desfrutar a vida. Esta outra vida que temos agora.
Sida: Muitas pessoas que se aposentam, acreditam que devem deixar de fazer tudo. Hoje o pensamento é outro. Somos de uma geração que tem muito a fazer e a oferecer. Corpo e mente não podem parar. Agora é tempo da prática de atividades desafiadoras e prazerosas. Se prestarmos a atenção, temos um leque cheio de possibilidades. Através das artes podemos nos descobrir vivos e capazes. Encontre o seu talento.