Nov 26, 2024

Painel relaciona o golpe de 2016 aos interesses internacionais na Petrobrás

 

A geopolítica do petróleo e os erros de estratégias da Petrobrás pautaram os debates dessa manhã de sábado, no VII Plenafup. Os painelistas mostraram para cerca de 250 petroleiros e petroleiras como os interesses internacionais estão atrelados ao golpe de 2016 que tirou a presidenta eleita Dilma Rousseff da presidência do país.  

Fomentaram os debates o  representante do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (INEEP), Rodrigo Leão, do professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Igor Fuser e com o petroleiro e coordenador licenciado da FUP, José Maria Rangel.

De acordo com o representante do INEEP, quando o debate envolve a  Petrobrás ele ganha proporção internacional, e a sociedade não tem clareza de tudo que está envolvido. O Brasil é a quarta maior nação em termos de reserva de petróleo, e não apenas isso, o país já está explorando o petróleo do pré-sal, o que coloca as grandes empresas de olho no petróleo brasileiro. "O pré-sal é hoje a galinha dos ovos de ouro. A Petrobrás e o pré-sal são a garantia para as empresas oferecerem petróleo no mundo, já que as grandes petroleiras globais vivem uma grande incerteza", enfatiza Rodrigo.

Ele ainda afirma justamente que para atender aos interesses das empresas internacionais que estiveram por trás do golpe de 2016, a companhia vem  sendo fatiada, reduzindo investimentos e abrindo mão do uso flexível do petróleo (como na área de fertilizantes): "petróleo não é só combustível, é indústria de fertilizantes, petroquímica, gás. Se acabar com a Fafen vamos acabar com os fertilizantes do Brasil, por exemplo.

O professor Igor Fuser, apontou os objetivos  do golpe - a entrega do petróleo a interesses estrangeiros: "O golpe foi da burguesia, do grande capital nacional, que não estava mais disposto a tolerar governos populares. Houve uma mão externa, a mesma do Golpe de 1964. Ainda não está muito claro o papel dos Estados Unidos, o papel do [juiz Sérgio] Moro, mas a história vai mostrar, muitos canais ligam o Golpe de 2016 aos EUA", afirma Fuser.

O coordenador licenciado da FUP, José Maria Rangel, ressaltou havido resistência petroleira há muitos anos em relação a este cenário. "Nós da FUP não ficamos de braços cruzados esperando a morte chegar", citando a luta contra o PL 131, do senador tucano José Serra, que originalmente previa a retirada total da Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal. "Foi a nossa atuação que conseguiu que a Petrobrás tenha pelo menos a preferência na operação", citou.

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