Nem bem assumiu e o novo presidente da Petrobrás, inicialmente anunciado como interino e depois efetivado como permanente pelo ilegítimo presidente Temer, também terá muito que explicar, assim como seu antecessor, Pedro Parente.
O Executivo Ivan Monteiro, segundo matéria divulgada na imprensa, teve de pagar R$ 200 mil à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encerrar, em setembro de 2017, um processo sancionador aberto pelo órgão contra ele.
A CVM investigou o Executivo por ele ter deixado de divulgar em um fato relevante da empresa os valores em negociação para a venda de 90% de um ativo importante da petroleira Nova Transportadora do Sudeste (NTS), um gasoduto com mais de dois mil quilômetros. A negociação, que faz parte do processo de desmonte e privatização da Petrobrás, acabou vazando para a imprensa e mostrando que o negócio envolvia valores na casa dos US$ 5,2 bilhões e um consórcio canadense (o Brookfield).
Após o vazamento, a Petrobrás emitiu fato relevante, mas omitiu valores. Em setembro de 2016 a Petrobrás anunciou o fim da negociação e reconheceu que o valor final foi de US$ 5,19 bilhões, quase idêntico ao citado pela reportagem.
Para a CVM, o primeiro fato relevante da Petrobrás "foi incompleto, por não conter nenhuma menção aos valores envolvidos, embora essa fosse uma informação relevante e houvesse indícios de que ela havia escapado ao controle da companhia", uma vez que vazou para a imprensa.
Houve entendimento pela CVM de que não divulgar o valor, prejudicou a tomada de decisão de outros possíveis investidores, já que este era o dado mais importante a ser ponderado e a divulgação de fatos relevantes era de responsabilidade do diretor de relação com investidores.
Mas até agora, apesar de ter sido alçado ao cargo mais importante dentro da estatal, e dos questionamentos da imprensa, a Petrobrás não respondeu a questões importantes como quem pagou os R$ 200 mil, e porque Ivan Monteiro não divulgou o valor da negociação.