O primeiro dia da greve dos petroleiros foi marcado pela unidade da categoria e apoio de diversos setores da sociedade. Já nas primeiras horas da manhã, enquanto petroleiros se concentravam em frente a REFAP, num movimento que havia iniciado à meia noite, um grupo de manifestantes de centrais sindicais, estudantes, professores, trabalhadores de outras categorias, se dirigiram à REFAP para somar na paralisação.
O movimento iniciou em todas as unidades da Petrobrás no RS. Além da REFAP, a paralisação está ocorrendo também nos terminais de Rio Grande, de Osório e de Canoas.
Ao se aproximarem da Refinaria, no entanto, foram barrados pela Polícia Militar que se encontrava num grande contingente no entorno da refinaria. Foram momentos de tensão, com uso da força, de gás lacrimogênio e bombas de efeito moral por parte dos militares. Mas depois de negociação e resistência dos manifestantes, eles foram liberados e se dirigiram ao local, se juntando aos petroleiros.
Falas destacaram defesa da Petrobrás
Uma sucessão de falas, de diversas lideranças sindicais, estudantis, políticas e de movimentos sociais destacaram a gravidade do momento e a importância do movimento dos petroleiros na defesa da Petrobrás. Também reforçaram a necessidade de que a sociedade apoie o movimento em defesa do petróleo e da estatal. Reiteraram que os impactos do desmonte da empresa que vem sendo promovido pelo governo ilegítimo de Temer e Pedro Parente tem trazido impactos não só nos preços dos combustíveis e gás de cozinha, mas também em áreas como emprego, educação, saúde e inúmeros setores estão sendo literalmente desmontados e extintos pela política irresponsável que tomou conta da Petrobrás.
Foram unânimes os pedidos de Fora Temer e fora Pedro Parente da Petrobrás, que estão usando a empresa para beneficiar empresas estrangeiras com objetivo claro de privatizar a estatal. Criticaram também a venda de 60% das refinarias e alertaram que a situação dos preços dos combustíveis, que já está insuportável, só irá piorar com a privatização.
Houve ainda críticas ao Judiciário, que antecipadamente considerou ilegal a greve dos petroleiros e impôs um interdito proibitório, além de ter aplicado multa diária abusiva, de R$ 500 mil por dia aos sindicatos. Neste sentido, os dirigentes do SINDIPETRO-RS reforçaram que a entidade não havia ainda sido notificado e, portanto, o movimento continua.
Grande Expediente na ALRS
Na parte da tarde, representantes da categoria participaram do Grande Expediente, na Assembleia Legislativa, onde o deputado estadual Tarcísio Zimmermann (PT), destacou o movimento dos petroleiros e emprestou a solidariedade dos deputados da bancada petista ao movimento.
Durante seu discurso, intitulado “Defender a Petrobras, e uma nova política de preços, é defender o Brasil!” o parlamentar destacou que os movimentos, tanto dos caminhoneiros, como dos petroleiros, abrem espaço para discussão, em maior profundidade, de uma das políticas que deveria ser conduzida “com a máxima responsabilidade públicas pelos governos, que é a política dos combustíveis”.
Sobre a política da gestão para a Petrobrás, citou que acima de tudo, estão os interesses dos especuladores e acionistas privados. “O próprio (presidente) Pedro Parente afirmou, conforme destacado na imprensa, que o objetivo da Petrobras é a geração de lucros aos acionistas”. Ou seja, agregou Zimmermann, “nada de compromissos com o desenvolvimento do país, ou com a redução dos índices de pobreza, com a energia soberana, com a geração de empregos, a partir do incentivo à produção nacional de suas plataformas e equipamentos”, apontou.
Disse da importância da Petrobras, seu significado para o Brasil e sua capacidade de atender as necessidades energéticas para o avanço nacional.
Pauta dos petroleiros:
- Redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis;
- Manutenção dos empregos e retomada da produção das refinarias a plena carga;
- Fim das importações de derivados de petróleo;
- Não às privatizações e ao desmonte do Sistema Petrobrás;
- Saída de Pedro Parente do comando da Petrobrás.