Diante do maior desmonte da história da Petrobrás, a resposta da categoria petroleira não poderia ser outra se não a aprovação e construção de uma grande greve nacional, cuja data será definida pela FUP. A greve foi referendada por mais de 90% dos trabalhadores nas assembleias que vinham sendo realizadas desde o dia 30 de abril. Os petroleiros também aprovaram um manifesto público em defesa da soberania, pela democracia e contra a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja íntegra pode ser acessada aqui.
A consulta aos petroleiros foi finalizada neste final de semana em 12 dos 13 sindicatos da FUP. Apenas o Rio Grande do Norte ainda terá assembleias ao longo da semana, mas os resultados indicam que a greve até agora foi aprovada por 98% dos trabalhadores.
Na Bacia de Campos, o sindicato ainda está recebendo as atas com os resultados das plataformas, cujas parciais também apontam a aprovação da greve por mais de 87% dos petroleiros.
Na quinta-feira, 17, a FUP e seus sindicatos realizam um Conselho Deliberativo no Rio de Janeiro para avaliar o quadro nacional das assembleias e definir os próximos passos para a construção da greve.
Estancar o desmonte feito por Parente
Desde que Pedro Parente assumiu o comando da Petrobrás através de um governo golpista, mais de 30 ativos da empresa foram privatizados. Ele já entregou à concorrência, a preços vis, campos valiosos do pré-sal, redes de gasodutos do Sudeste e do Nordeste, termoelétricas, sondas de produção, usinas de biocombustíveis, distribuidoras de gás, além de participações no setor petroquímico.
Nas últimas semanas, sua gestão anunciou que está finalizando a venda da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da Unidade de Fertilizantes-III (Fafen-MS) para a multinacional russa ACRON, e deu início ao processo de privatização das refinarias e da Transpetro, ofertando ao mercado 60% da Refap (RS), da Repar (PR), da Rlam (BA) e da Abreu e Lima (PE), em um pacote fechado que inclui ainda seis terminais aquaviários, seis terminais terrestres e 46 dutos.
A privataria não para por aí. Outros ativos estratégicos da Petrobrás também foram postos à venda, como 71 campos de produção terrestre, 33 campos de águas rasas, três campos de águas profundas, a subsidiária de biocombustíveis (PBio) e a Transportadora Associada de Gás (TAG).
Em alguns estados, a Petrobrás corre o risco de desaparecer, como é o caso da Bahia, onde praticamente todos os ativos estão sendo vendidos, desde campos terrestres de produção de petróleo à Refinaria Landhulpho Alves (Rlam). O desmonte incluiu ainda a entrega do Terminal Madre de Deus (Temadre) e das termoelétricas, além da desativação da Fábrica de Fertilizantes (Fafen).
Somente uma grande greve nacional pode estancar essa sangria e impedir que os golpistas privatizem por completo a Petrobrás. Como em outros momentos graves da história da empresa, os petroleiros responderão com luta e resistência.
QUADRO DAS ASSEMBLEIAS
[Última atualização 14/05 às 17h10]