Nov 25, 2024

Estado de Exceção no Brasil foi responsável pela morte de Marielle, diz CLACSO

 

O Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO), instituição não governamental com sede na Argentina e que reúne investigadores e pesquisadores das ciências sociais e humanas de 48 países, denunciou o "Estado de Exceção imposto pelo golpe no Brasil" como o responsável pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL).
 
A instituição publicou um manifesto de repúdio contra as políticas do governo de Michel Temer e, em homenagem à Marielle, decidiu com o selo da Livraria Latino-americana e do Caribe de Ciências Sociais fazer a publicação oficial da tese de mestrado da socióloga, intitulada "A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro", pela Universidade Federal Fluminense. "Marielle representa o trabalho da militância social e a atuação intelectual que o CLACSO apoia e promove", informaram.
 
O Conselho criou uma página especial em seu portal para homenagear a vereadora. 
 
"Denunciamos que essa política militarizada no Brasil segue as determinações das políticas hegemônicas perpetradas em outras realidades do continente, onde, sob o pretexto de luta contra o crime organizado, militariza-se a segurança pública e se criminaliza os movimentos populares e sociais críticos, provocando grave violações aos direitos humanos e promovendo o assassinato de um crescente número de líderes, militantes e ativistas, sem que as narco-estruturas e a conivência com o poder público sejam contundentemente afetadas", afirmou o CLACSO, no manifesto.
 
 
Leia a íntegra do manifesto e acesse aqui o trabalho de investigação da vereadora publicado na Livraria do CLACSO.
 

Passada uma semana do lançamento da Carta Manifesto, xs participantes do III Seminário Internacional México, América Central y Caribe, realizado na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 05 e 09 de março, reafirmamos os pontos expressos nesse documento e denunciamos com indignação o Estado de Exceção imposto pelo golpe no Brasil.

O atentado perpetrado na noite de 14 de março na região central do Rio de Janeiro, que executou a Vereadora e socióloga Marielle Franco (PSOL/RJ) e seu motorista Anderson Gomes, marca o fracasso da política militarizada de Intervenção Federal, o agudo processo de desintegração da democracia e o estado de direito nesse país.

Denunciamos que essa política militarizada no Brasil segue as determinações das políticas hegemônicas perpetradas em outras realidades do continente, onde, sob o pretexto de luta contra o crime organizado, militariza-se a segurança pública e se criminaliza os movimentos populares e sociais críticos, provocando grave violações aos direitos humanos e promovendo o assassinato de um crescente número de líderes, militantes e ativistas, sem que as narco-estruturas e a conivência com o poder público sejam contundentemente afetadas.

Frente aos fatos criminosos sucedidos no Brasil, responsabilizamos o governo repressivo e antidemocrático que tomou por assalto o poder. Exigimos a imediata investigação e o julgamento de todxs xs envolvidxs no atentado contra Marielle Franco, e o cesse imediato da criminalização dos setores populares e suas lideranças.

 Fonte: GGN

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