Nov 27, 2024

Coletivo de Mulheres da CUT-RS prepara mobilizações para o 8 de Março

 

O Coletivo de Mulheres da CUT-RS, formado por dirigentes de diversos sindicatos e federações, esteve reunido nesta terça-feira (27), em Porto Alegre, para tratar da organização e da participação nas atividades relacionadas ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.  O encontro foi coordenado pela secretária de Mulheres da CUT-RS, Isis Garcia Marques.

Segundo ela, o objetivo do encontro foi debater com as dirigentes cutistas as atividades e os espaços que estão sendo construídos para a grande marcha do 8 de Março, que integra a Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos.

A Jornada, que teve início no último sábado (24) e encerra no dia 1º de maio, tem como principais desafios mobilizar e dialogar com as mulheres e a população em geral, para além do 8 de Março, e denunciar: o retrocesso dos direitos sociais e trabalhistas que impactam principalmente as mulheres; o desmonte das políticas públicas e o avanço do conservadorismo após o golpe parlamentar, jurídico e midiático que derrubou a presidenta Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade; o aumento da violência contra as mulheres e a dura perseguição e condenação, sem provas, do ex-presidente Lula.

Participaram da reunião mulheres dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre; e de Canoas e Nova Santa Rita; do SINDSEMP; do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre; do Litoral Norte;  do Vale do Paranhana; Sindicato dos Jornalistas do RS; do Sindiágua; e da Federação dos Professores, Trabalhadores Técnicos e Administrativos e Auxiliares Empregados em Estabelecimentos de Ensino (FeteeSul).

Resistência aos ataques de Temer e Sartori

O encontro iniciou com um relato, pelas participantes, das situações que vêm sendo vivenciadas nas diferentes categorias, a partir da reforma trabalhista e dos ataques do governos Temer e Sartori, ambos do MDB, bem como das empresas, que já se pautam pelas novas regras, inclusive para fragilizar a luta sindical.

As trabalhadoras também apontaram as atividades que cada entidade já está organizando para a jornada de março (confira calendário abaixo).

A dirigente da CUT-RS destacou as definições que vêm sendo tomadas pelo Fórum Estadual das Mulheres, que já teve algumas reuniões e que estará novamente reunido no dia 6 de março, quando acontece a última plenária antes das atividades de 8 de Março. O encontro será realizado às 18h30, no auditório do CPERS, no centro da Capital.

Mobilizações durante todo o dia

Conforme Ísis, as mobilizações iniciarão em torno das 7h, na ponte do Guaíba, de onde as trabalhadoras, em conjunto com o MST e as centrais sindicais, sairão em caminhada em direção à Rodoviária de Porto Alegre. “Cada movimento deve levar suas bandeiras das causas feministas”, alertou.

De lá, sairá outra marcha até o prédio da Prefeitura, onde será feito um ato, denunciando o fechamento dos berçários nas escolas municipais pelo governo Nelson Marchezan Júnior (PSDB).  Após, as manifestantes seguem até a Esquina Democrática, onde haverá distribuição de um panfleto à população, construído pelo Fórum Estadual de Mulheres.

Às 15h, será realizada uma plenária internacional das mulheres, na Esquina Democrática, com uma Tribuna Livre, onde as mulheres, que estiverem transitando pelo centro da cidade, poderão se manifestar e relatar suas vivências, opiniões e posições. “Será um espaço das mulheres”, definiu Ísis.

Ainda sobre as atividades, ela destaca como fundamentais, especialmente num momento quando, segundo ela, há um total desamparo e negligência do Estado para com as mulheres.

“É fundamental que este 8 de Março tenha o formato de denúncia e de resistência em defesa das liberdades democráticas, que estão sendo atacadas, o que está impactando fortemente na vida das mulheres. A partir deste movimento, daremos o recado de que retrocessos na vida e na autonomia das mulheres não serão aceitos pelos movimentos organizados. Nós, mulheres, estaremos combatendo nas ruas qualquer ataque ou violência cometida sobre as nossa vidas”, finalizou.

Mobilizações estarão acontecendo neste dia em todo o mundo, com objetivo de alertar a humanidade sobre os graves problemas que impactam a vida das mulheres em todo o planeta. Estão na agenda questões como a violência contra as mulheres e, sobretudo, a desigualdade econômica e o impacto das políticas de ajuste em suas vidas.

Atividades organizadas pelas entidades que já estão agendadas:

06/03 – 18h30: Plenária do Fórum Estadual das Mulheres, às 18h30, no auditório do CPERS;

05/03 – 14h:  Ocupação da Tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre para denunciar a ausência de políticas públicas para as mulheres – organização do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim);

09/03 – Caminhada em defesa do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), com concentração na Casa do Gaúcho – organização do Sindiágua;

15/03 – 18h: Sarau Cultural Feminista, no Sindicato dos Bancários do Litoral Norte, com a presença da juíza Valdete Severo, com o tema “A reforma da Previdência e o impacto na vida das mulheres”.

 

Fonte: CUT-RS

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