Conforme indicativo do Conselho Deliberativo da FUP, os sindicatos iniciaram as assembleias nesta terça-feira, 19, nas bases do Sistema Petrobrás para submeter à categoria a proposta conquistada no processo de negociação.
As assembleias prosseguem ao longo da semana, onde, além de avaliar a proposta de Acordo Coletivo, que preserva os direitos essenciais conquistados ao longo dos últimos anos, os petroleiros também estão se posicionando sobre a manutenção do estado de greve e de assembleias permanentes contra a privatização do Sistema Petrobrás.
Para a direção da FUP e de seus sindicatos, a manutenção das principais conquistas dos petroleiros no atual cenário de golpe de Estado, que destrói os direitos da Classe Trabalhadora, é uma grande vitória da categoria. "Nenhum direito deixou de existir com esse acordo conquistado, e isso é uma grande vitória. O auxílio à alimentação e o benefício farmácia tiveram mudanças. Mas continuam efetivos e muito acima de qualquer comparação", destaca o assessor jurídico da FUP, Normando Rodrigues.
Ele explica que as 104 cláusulas do acordo conquistado equivalem às 185 do acordo anterior. No BNDES, por exemplo, o Acordo Coletivo de Trabalho tem 40 cláusulas. Na Vale do Rio Doce, são 41 cláusulas. Na Ambev, 33 cláusulas. No ABC paulista, a Convenção Coletiva de Trabalho das Montadoras tem 81 cláusulas. O Acordo dos Metalúrgicos de São José dos Campos tem 86 cláusulas. A Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários do setor privado tem 71 cláusulas e a dos bancários do Banco do Brasil, tem 72 cláusulas.
"Os que dizem que a FUP abriu mão de direitos são os mesmos que diziam que o Acordo Coletivo com 185 cláusulas era rebaixado, sendo que nada fizeram para conquistar as 85 cláusulas a mais que a FUP garantiu, após 2003 quando o ACT tinha 100 cláusulas", alerta o coordenador da FUP, José Maria Rangel.
"São os mesmos que apoiaram o golpe e sequer fizeram a autocrítica de seus erros, apesar de todo o caos e destruição de direitos que a classe trabalhadora e o povo brasileiro vivem em função do golpe que eles apoiaram", destaca. "Esse grupo nunca teve compromisso com nada. Para eles, quanto pior, melhor. Por isso, indicam a rejeição da proposta conquistada pela FUP pois são inconsequentes a ponto de torcerem para que a categoria fique sem Acordo Coletivo, exposta aos efeitos da Contrarreforma Trabalhista, porque greve, que é bom, eles nunca fazem", afirma Zé Maria.
Quadro parcial das Assembleias (à medida que forem informando novos resultados, vamos atualizando os percentuais)
Sindipetro Amazonas
Proposta - aprovação 90%
Estado de greve - aprovação 76%
Sindipetro Pernambuco/Paraíba
Proposta - aprovação 93%
Estado de greve - aprovação 100%
Sindipetro Bahia
Proposta - aprovação 74,6%; rejeição 19,8%
Sindipetro Espírito Santo
Proposta - aprovação 19%; rejeição 70%; abstenção 11%
Estado de greve - aprovação 99,7%;
Sindipetro Minas Gerais
Proposta - aprovação 35,7%; rejeição 58,9%;
Estado de greve - aprovação 98,9%
Sindipetro Unificado de São Paulo
Proposta - aprovação 70%
Paraná/Santa Catarina
Proposta - aprovação 60%; rejeição 38,5%;
Estado de greve - aprovação 97%
Sindiquímica PR
Proposta - aprovação 100%
Estado de greve - aprovação 100%
Sindipetro Rio Grande do Sul
Proposta - aprovação 62%; rejeição 33%
OBS: os demais sindicatos da FUP ainda não divulgaram o resultado parcial das assembleias
Com informações dos sindicatos filiados