Centenas de trabalhadores e trabalhadoras participaram, na sexta (15), na sede do CEPE, em Canoas, da CONFRATERNIZAÇAO DE FINAL DE ANO DO SINDIPETRO. A atividade reuniu, ainda, familiares, dirigentes e convidados.
Na abertura dos trabalhos, o diretor Cadore saudou os presentes e lembrou o evento já é uma tradição para a categoria petroleira. Em seguida, abriu para manifestações.
Na sua fala, o diretor Dary Beck destacou que era um momento importante para a categoria e também de reencontrar antigos colegas, relembrar a história da categoria e entender que a construção do sindicato é uma construção coletiva. “Cada um e cada uma construíram um pouco da história desta entidade e de uma categoria que hoje é muito importante na história do País. Nosso sindicato é respeitado por outras categorias porque é resultado desta construção coletiva”.
MUITOS DESAFIOS
O dirigente lembrou os grandes desafios que vem pela frente, com as dificuldades que começaram com o golpe, uma situação que nunca os trabalhadores acharam que iriam viver novamente. “Em 2018 teremos um ano difícil e uma eleição que vai ser estratégica, um momento histórico onde teremos que ter o copromisso de devolver o País ao caminho do desenvolvimento, da inclusão, contra aqueles que querem um Brasil escravo, que entrega suas riquezas aos que já são muito ricos. Por isso, cada dia do próximo ano tem que ser um dia de combate a esta política”.
“ESTAMOS JUNTO NAS TRINCHEIRAS”
Convidado a falar, o presidente do SINDIPOLO, Gerson Borba, destacou a irmandade da categoria petroquímica com os petroleiros. “Estamos junto nas trincheiras de luta”, destacou lembrando que este companheirismo não vem de hoje. Lembrou que a luta dos petroquímicos não é diferente da dos petroleiros. “No Polo, assim como na REFAP, estamos vivendo momento difíceis, com acidentes gravíssimos, como o que ocorreu recentemente no Polo”, destacou ele. No final, o dirigente reiterou a disposição de continuar a luta conjunta entre as duas categorias na defesa dos direitos dos trabalhadores e do País.
RETROCESSOS ATINGEM PRINCIPALMENTE AS MULHERES
Luci Mari Jorge, representante da Marcha Mundial das Mulheres, também destacou a importância de combater os retrocessos trazidos pelo golpe. “A Marcha é um movimento que luta pelas conquistas dos direitos para as mulheres e agora estamos lutando mais ainda, frente aos retrocessos que estamos vivendo com a política brasileira”, destacou, lembrando que este não um movimento político isolado no Brasil, mas que se espraia por toda a América Latina.
“As tentativas de retomadas de um projeto neoliberal que atinge fortemente mulheres e crianças, ampliando o empobrecimento, exige um processo de conscientização e na Marcha começamos este processo e também de capacitação de mulheres para enfrentar esta política e dar visibilidade social maior a nossa luta”, finalizou.
LUTA EM DEFESA DO BRASIL
O ex-deútado Raul Carrion em sua fala lembrou que a luta dos petroleiros não se resume as questões corporativas, indiscutivelmente importantes, mas que vai além na defesa da Petrobrás e do Brasil. “Considero a categoria dos petroleiros extremamente importante pelas lutas que tem feito todos estes anos em defesa da nossa Petrobrás e do Brasil”.
Segundo ele, o Brasil vive um momento muito complexo, quando o País está sendo destruído como Nação, suas empresas como Petrobrás, Eletrobrás e outras estão sendo entregues e riquezas como o pré-sal, que para ele representa a possibilidade de futuro do Brasil também tem sido levado. Mas, diz o parlamentar, o país vive também o fim da democracia, com ataques as universidade, aos movimentos sociais, aos sindicatos. “Lá em Minas Gerais, invadiram a Universidade, levaram preso o Reitor, a vice-reitora, porque lá tem um memorial das vítimas da ditadura militar, a autonomia universitária acabou, assim como os direitos dos trabalhadores, com a reforma trabalhistas e vem aí o fim da aposentadoria, com a reforma da previdência. E o usurpador Michel Temer, diz que a reforma é necessária porque vamos viver 140 anos. Isso mostra que teremos muita luta pela frente, mas “não tá morto quem peleia”, lembrou ele, alertando os trabalhadores que, em 2018, terão a oportunidade de “dar um pontapé” e tirar esta gente de lá. “E os petroleiros devem estar na linha de frente”.
A COR LARANJA QUE FAZ A DIFERENÇA
Último a falar, o presidente do SINDIPETRO-RS, Fernando Maia, saudou os trabalhadores e as trabalhadoras e destacou a confraternização como um momento onde a categoria pode conversar sobre o ano que finda e as expectativas para o próximo ano. Lembrou que na atividade em final de 2016, foi alertado quanto as dificuldades que a categoria precisaria enfrentar no ano de 2017 e que o Sindicato não baixaria a guarda. “Acompanhamos as reformas que retiraram direitos dos trabalhadores, lutamos um forte luta contra a retorada dos direitos, mas fomos derrotados por um Congresso corrupto, onde o próprio governo ofereceu “benefícios” para os deputados votarem as reformas, como estão fazendo hoje com a reforma da previdência”, destacou.
Maia lembrou que, internamente, o Sindicato também desenvolveu importantes lutas, como a discussão da tabela de turno e a negociação salarial, que iniciou em agosto e ainda não está fechada. “Quando iniciamos a campanha tínhamos perspectivas de acordo rebaixado, pela reforma trabalhista que a empresa tentava aplicar mas que, com a luta e organização da categoria, que entendeu um processo negocial complicado, difícil e estratégico, estamos conseguindo equilibrar o processo, mudar a proposta inicial da empresa e manter o acordo coletivo. As lutas foram fortes, pesadas, enfrentamos muitas críticas e não temos dúvida que estas críticas são utilizadas como forma de buscar forças para enfrentar ainda mais as dificuldades que teremos pela frente”.
Sobre as inúmeras lutas realizadas pela categoria em Brasília, tanto em defesa dos direitos, como do pré-sal e da Petrobrás, destacou a força dos petroleiros. “Nossa referencia não é pouca. Quando entramos de laranja no Congresso Nacional, a segurança é reforçada porque fazemos história; quando enxergam uma camisa laranja os parlamentares se organizam, porque nós fazemos a diferença e enfrentamos com tenacidade os deputados lá dentro”, disse.
No final, fez um agradecimento muito especial aos funcionários, que tocam o dia a dia do Sindicato e fazem o atendimento aos petroleiros em Osório, Canoas e Porto Alegre, às assessorias jurídica e de assistência social, a presença do Sindipolo, da Marcha Mundial das Mulheres, do ex-deputado Raul Carrion, e destacou que em 2018 haverá muita luta pela frente, “mas com a força das petroleiras e dos petroleiros, continuaremos enfrentando as dificuldades e aumentando nossa capacidade de luta”, finalizou.
Durante a confraternização foi oferecido um jantar e após os presentes puderam se divertir e dançar ao som de uma boa música com variados estilos.
As fotos do evento estão no Facebook do Sindipetro-RS