O Sindipetro-RS participou nessa manhã (28), na Assembleia Legislativa do RS, da audiência pública das Frentes Parlamentares em Defesa do Polo Naval Gaúcho e do Conteúdo Nacional na exploração do Petróleo. Diversos representantes públicos denunciaram os impactos causados na sociedade com o desmonte do Polo Naval, em Rio Grande, São José do Norte, Marau e outros municípios cujas empresas eram fornecedoras de equipamentos para o Polo . O presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, aproveitou a ocasião para denunciar o descaso da direção da Refap em relação ao efetivo, os desmantelamento do Sistema Petrobrás e falou da importância do Polo Naval, que "tem capacidade de disputar com qualquer outro país do mundo a produção de plataformas e navios com qualidade". A reunião foi coordenada pelo deputado estadual Nelsinho Metalúrgicos (PT) e pelo deputado federal Henrique Fontana (PT-RS).
Além das denúncias, Maia falou sobre os impactos sofridos pela Petrobrás: "em 2014, teve uma crise no setor petrolífero. O barril de petróleo caiu de U$$ 140 para U$$ 30. Mas o principal impacto que a empresa sofreu não veio da economia, veio pela justiça. A operação lava- jato, que vem a partir de 2013, acaba interferindo em todo o processo produtivo da empresa. As grandes empreiteiras que prestavam serviço são impedidas de manter seus contatos em operação. O juiz Sérgio Moro diz que sua inspiração é a operação Mãos Limpas, da Itália, que tirou os corruptos das empresas e colocou interventores, mas manteve as empresas funcionando. Ele fez o contrário, parou as empresas e as obras e o processo evolutivo da Petrobrás” , criticou.
Refap
"Nos últimos meses a gente vem enfrentando na Refap a redução dos postos de trabalho. Por conta disso fizemos um grande período de mobilização e conseguimos na Justiça mostrar que a gestão da refinaria está colocando em risco os trabalhadores, a planta e a sociedade entorno da Petrobrás. E sabem o que a gestão da Refap faz? determina que paralisem uma Unidade que produz gás de cozinha, num franco ataque à sua necessidade de abastecimento de mercado. E ainda coloca na imprensa que está fazendo isso por conta da ação impetrada pelo Sindipetro. Isso demonstra a ação criminosa que os gestores da empresa estão fazendo, atuando de forma a desconstruir a Petrobrás como uma grande empresa e sair da área da refino, com o intuito final de abrir a aérea de refino para as empresas privadas.
Presente na ocasião, o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, diz que pouco ou nada avançou desde então. Pelo contrário, na verdade, com a notícia de que a plataforma P-72 será “picotada” e vendida a preço de sucata, a P-73 será abandonada e a P-71, que está em estágio avançado e conclusão e sobre a qual havia uma expectativa de que pudesse ser concluída, também terá como destino virar ferro velho. “Existe um cenário de decisão política nacional, uma mudança na política industrial, inclusive na própria Petrobras, acompanhando uma visão de país como Nigéria, Angola, que são meros produtores de petróleo. Ao contrário de outros, como Canadá, México, Noruega e outros tantos que utilizam o petróleo para o desenvolvimento do país”, diz. Segundo o prefeito, no pico do polo naval, entre 21 e 23 mil trabalhadores estavam empregados diretamente na indústria naval. Hoje, há cerca de 2 mil trabalhadores e a expectativa é de que, em quatro meses, esse número será reduzido para cerca de 400. Ele cobra que o governo do Estado assuma a linha de frente da luta pelo polo naval, especialmente porque foram investidos mais de 6 bilhões de dólares na indústria do Estado.
No final, os participantes decidiram aumentar a mobilização pela defesa do Polo Naval e cobrar o governo do Estado e a Fiergs para que se juntem a essa pressão.Aém disso, elaboraram um manifesto, concluindo pela manifestação de completo desacordo com as medidas comprometedoras da Soberania Nacional, do desenvolvimento econômico e social do país. Exigindo, entre outras coisas, a suspensão da venda de ativos estratégicos da Petrobrás.