O segundo dia do XVII ConFUP foi marcado pelos debates entre os panelistas. Pela manhã ocorreu o painel "Conjuntura política e econômica: articulação das forças sociais na reconstrução do projeto político, popular e democrático" com João Pedro Stédile, Guilherme Boulos e Renato Rabelo (PC do B). Foi consenso entre os palestrantes de que há um projeto formulado pelos golpistas para destruir as riquezas naturais e consequentemente o Brasil.
O primeiro a falar foi Guilherme Boulos, da Coordenação Nacional do MTST e Frente Povo Sem Medo, que citou três desafios diante da crise econômica implementada pelo governo golpista e de retrocesso. Para ele, o primeiro desafio é o da unidade, pois se não tiver uma ampla unidade na resistência seremos derrotados: "a unidade nesse momento não é uma escolha é uma necessidade". O segundo desafio é o da esquerda brasileira reconstruir seu pacto com o povo e portanto o seu poder de mobilização: "o que está acontecendo como povo que não está nas ruas? Temos que reafirmar que um militante não tem direito de abrir as mãos nas ruas, não há caminho sem povo!". E por último, Boulos salientou que é preciso enfrentar o debate de discutir o nosso governo: "bem ou mal houve um projeto que nos levou até aqui, o estado pode ter um papel de concentração ou distribuição de renda e hoje ele tem concentração. O projeto e desenvolvimento do Brasil esta bloqueado. Ou a gente pensa em mobilização popular ou não terá espaço para esquerda", conclui.
Em seguida, o ex-presidente do PCdoB, Ronaldo Rabelo, falou sobre a divisão que está inserida dentro dos golpistas, rachada pela disputa do poder entre eles: "mesmo com a divisão entre eles dessa disputa o objetivo é comum dessa colisão golpista, é fechar o espaço constitucional alcançado pela esquerda, isso não é só no Brasil, isso também é na América Latina. Eles querem impedir a volta da esquerda. O povo precisa acreditar nas forças progressistas e de esquerda e sermos fiéis a isso, enfatizou o parlamentar, disse.
E por fim, a mesa foi concluída com a explanação de João Pedro Stédile. O líder do MST falou sobre as sequências do golpe: "a primeira linha é explorar a classe trabalhadora para aumentar o lucro dos empresários e com isso vem a derrota dos trabalhadores, perdendo a capacidade ofensiva e politicamente, a segunda diretriz é o assalto ao bem da natureza, principalmente o petróleo e terceira linha, são os recursos públicos, recolhendo esse recurso acumulado. temer desviou R$ 208 bilhões do orçamento de Dilma que era destinado a Minha Casa Minha Vida e a saúde e deu para as empresas. O Temer só com a isenção fiscal num único mês deixou de arrecadas dos empresários R$ 108 bilhões. A quarta linha é subordinar a nossa economia ao sistema norte americano. E por último é a privatização das estatais, como a Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa e Correios".