No início dos protestos de 2016, uma parcela significativa da população acreditava que a retirada da presidenta Dilma Rousseff significaria o fim da corrupção e o retorno do crescimento econômico. Como um rastilho de pólvora, a Lava Jato convenceu parte dos cidadãos brasileiros, inclusive da classe trabalhadora, que o impeachment significaria uma verdadeira revolução nunca antes vistas nestas terras tupiniquins.
Todavia, completado um ano do impeachment, existem provas contundentes que a intenção da operação personificada pelo juiz Sérgio Moro não tinha a intenção de salvar a Petrobrás, muito pelo contrário. Transferência de recursos da estatal ao capital privado (privatização) foi a tônica desde a ascensão de Michel Temer à presidência do país.
E esse modelo também foi o mesmo utilizado na eletricidade. A privatização da distribuidora de energia elétrica de Goiás, a Celg, provavelmente foi a primeira de uma série prevista para todo o setor. Por isso, listamos os doze motivos na área de energia para não restar dúvidas: sim, foi golpe!
Confira:
Maio de 2016
Temer indica presidente da Petrobrás ligado ao capital financeiro: Pedro Parente, indicado pelo presidente golpista Michel Temer, foi Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1999, Chefe da Casa Civil, entre 1999 e 2002, e também presidente da Câmara de Gestão da Crise Energética, em 2000, todos no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Leia mais
Junho de 2016
Parente manterá desmonte da Petrobrás: O presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou que continuará o plano de desinvestimento, ou seja, a venda de ativos da companhia. Na prática, a estratégia é privatizar a Petrobrás. Leia mais
Julho de 2016
Governo Federal anuncia privatização distribuidoras de energia: Acionista majoritário da Eletrobrás, governo deu aval à entrega de 6 distribuidoras de energia elétrica das regiões Norte e Nordeste até dezembro de 2017. Leia mais
Agosto de 2016
Temer entrega área de pré-sal para governo da Noruega: Por US$ 2,5 bilhões, governo de Michel Temer vendeu bloco de petróleo denominado Carcará, localizado na Bacia de Santos (SP), à empresa estatal norueguesa Statoil. Área de produção pode ter valor três vezes superior na cotação atual do barril, cerca de US$ 40, em uma estimativa conservadora. Leia mais
Setembro de 2016
Petrobrás privatizará setores de biocombustíveis, petroquímica e fertilizantes: No Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, a estatal prevê a retirada integral da sua participação dos setores de produção de biocombustíveis, distribuição de gás de cozinha, produção de fertilizantes e das participações da companhia na petroquímica para, segundo a empresa, “preservar competências tecnológicas em áreas com maior potencial de desenvolvimento”. Leia mais
Outubro de 2016
Câmara abre caminho para a entrega do capital estrangeiro no pré-sal: A câmara dos deputados retirou a obrigatoriedade da Petrobrás ser operadora única do pré-sal, como também acabou com a participação mínima da estatal de 30% nos consórcio de exploração dos blocos licitados. Na prática, os deputados federais jogaram no lixo a lei da partilha. Leia mais
Novembro de 2016
Distribuidora de energia elétrica de Goiás é vendida à empresa italiana: A Celg Distribuição, empresa responsável pela distribuição de eletricidade no estado de Goiás, foi vendida por R$ 2,187 bilhões à italiana Enel Brasil. Leia mais
Novembro de 2016
Petrobrás entrega Liquigás a grupo Ultra por R$ 2,8 bilhões: O grupo Ultra arrematou a Liquigás por R$ 2,8 bilhões e se tornou líder do mercado de gás de cozinha. Leia mais
Dezembro de 2016
Petrobrás vende ativos para empresa francesa Total: Multinacional francesa Total pagará US$ 2,225 bilhões para, dentre outros contratos, obter os direitos de 22,5% na área de concessão denominada Iara. Leia mais
Janeiro de 2017
ANEEL reduz em 22% tarifa que deveria ser utilizada para compensar áreas atingidas por hidrelétricas: A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou uma redução de cerca de 30% no repasse da Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos (CFURH), também conhecido como “Royalties das Hidrelétricas”. A decisão da ANEEL vai prejudicar 710 municípios e 22 Estados brasileiros. Leia mais
Fevereiro de 2017
População terá 45% de aumento nas contas de luz para pagar R$ 62 bilhões a empresários: O valor de R$ 62,2 bilhões (ano base 2017) será cobrado do bolso do povo brasileiro através das contas de energia elétrica nos próximos oito anos, com aumentos parcelados até 2024. Em 2017 será cobrado cerca de R$ 11 bilhões e significará um aumento médio de 7,17%. Leia mais
Março de 2017
Parente vai aos EUA oferecer ativos da Petrobrás: Presidente da estatal foi à Houston (EUA) para prometer “velocidade máxima” na venda de ativos da empresa. Leia mais
Fonte: MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens