Em plenária estadual, realizada na tarde desta quarta-feira (5), no auditório do CPERS Sindicato, em Porto Alegre, a CUT-RS sacudiu a mobilização dos trabalhadores gaúchos para a greve geral de 28 de abril. Estiveram presentes dirigentes sindicais, que representam as diversas categorias e regiões do Estado. A paralisação está sendo convocada pela CUT e centrais sindicais contra as reformas da Previdência e Trabalhista, a Terceirização e por nenhum direito a menos.
Após relatos da reunião da Direção Nacional da CUT, ocorrida no último dia 29 de março, em Brasília, e das propostas da Executiva da CUT-RS, as entidades filiadas foram orientadas a realizar plenárias nos ramos e assembléias nos sindicatos para organizar a participação dos trabalhadores na greve geral.
As entidades devem também se integrar nas atividades dos comitês sindicais e populares contra a reforma da Previdência, fortalecendo a convocação da greve geral nos municípios e organizando plenárias de mobilização e coletivas de imprensa.
Houve ainda a apresentação dos novos materiais da campanha de mídia e a distribuição do novo jornal especial da CUT-RS contra as reformas da Previdência e Trabalhista, que traz novamente as fotos dos deputados e senadores que apoiam o governo Temer no Congresso Nacional.
Clique aqui para ler o novo jornal.
Foi exibido o calendário de mobilização, que inclui reuniões com as centrais sindicais, movimentos sociais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de panfleteações nos bairros e no centro das cidades.
Disputa aberta
“Acertamos na tática de atuarmos na base eleitoral dos deputados. Na votação do projeto da terceirização irrestrita, alguns golpistas já votaram contra e outros sumiram. Eles não estão conseguindo concluir o golpe como planejaram”, frisou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Para ele, a sanção do PL 4302/98 pelo golpista Temer, que libera a terceirização na atividade fim das empresas, no Dia Nacional de Mobilização, em 31 de março, foi por que “a disputa com a sociedade está em aberto e os golpistas precisavam garantir alguma coisa”.
Claudir alertou para a importância de parar o Brasil no dia 28 de abril. Ele convocou os sindicatos e as federações para conversarem com os trabalhadores nos locais de trabalho. “Estamos numa acirrada luta de classes e temos a obrigação de tirar a greve geral da clandestinidade para construirmos um movimento forte e vitorioso”, apontou.
“O dia 28 é para passar uma mensagem ao governo. Nós não aceitamos os retrocessos que as reformas da Previdência e Trabalhista representam”, finalizou.
Resistência e mobilização
“É um momento determinante da conjuntura que estamos vivendo”, avaliou o secretário-geral adjunto da CUT-RS, Amarildo Cenci. Ele destacou o trabalho intenso que a CUT vem realizando no último período, sobretudo este ano, a partir do Fórum Social das Resistências. “Uma prova da nossa ação foi a campanha lançada em parceria com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), que vem sendo adotada em vários estados”.
Amarildo salientou que o jornal especial contra a reforma da Previdência, impresso pela CUT-RS e reproduzido por várias federações e sindicatos, obteve uma circulação de cerca de meio milhão de exemplares no Rio Grande do Sul. “Isso é resultado de um esforço coletivo que fizemos para enfrentar a pauta dos golpistas, denunciar os deputados e senadores que apoiam o governo Temer e defender os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
A secretária de Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, fez um rápido balanço da resistência e disse que, “desde o final de 2015, já denunciávamos que o golpe era contra os trabalhadores, que era para precarizar os direitos”.
“A pauta do golpe é a entrega dos nossos direitos para a burguesia nacional e ao capital internacional”, ressaltou. Ela recordou as manifestações nas ruas e definiu o dia 15 de março como “um festival de atos no Rio Grande do Sul e no Brasil”. Para Vitalina, “o fato de trabalharmos com a base é que vai fazer a diferença neste momento de preparação para a greve geral”.
Segundo ela, não há dúvida de que a campanha da CUT acertou, mas a vitória não está dada. “Ainda estamos sob ameaças. A greve geral é o nosso horizonte, porém precisamos estar atentos porque estamos numa guerra”, enfatizou.
Dentre várias manifestações de dirigentes sindicais, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Lírio Segalla, falou que é fundamental convencer os trabalhadores. “É verdade que quem paralisar poderá ter o dia de trabalho cortado pelo patrão. Mas o que é pior: perder um dia ou perder o direito à aposentadoria e aos direitos garantidos na CLT?”
Reunião das centrais sindicais
A CUT-RS se reúne na tarde desta quinta-feira (6), às 16h, com as centrais sindicais, na sede estadual da UGT, na capital gaúcha, para construir ações unitárias para a greve geral.
“Precisamos de muita unidade entre as centrais para aumentar a força da paralisação, a fim de derrotarmos as reformas do governo Temer, que visam acabar com a aposentadoria, os direitos trabalhistas e o emprego decente para aumentar os lucros dos donos do capital”, ressaltou Claudir.
Fonte: CUT-RS