Uma semana após a FUP denunciar os prejuízos que as vendas e depreciações de ativos vêm causando à Petrobrás e ao país, a direção da empresa desistiu de vender os campos de Baúna e Tartaruga Verde, localizados nas bacias de Santos e Campos, respectivamente. Os gestores haviam anunciado em outubro passado a venda desses ativos para as petrolíferas australianas Karoon e Woodsite Petroleum, mas a negociação foi suspensa pela justiça. No último dia 16, a Petrobrás chegou a divulgar comunicado anunciando a liberação do TCU para a venda desses ativos, mesmo sendo alvos de uma batalha judicial. Nesta quarta-feira, 29, a companhia voltou atrás e admitiu a desistência da negociação.
Esse recuo é uma importante sinalização de que as denúncias feitas pela FUP e demais entidades sindicais e representativas dos petroleiros, metalúrgicos, engenheiros, geólogos e vários outros setores da sociedade estão despertando a população para o escandaloso desmonte que a atual administração da Petrobrás vem promovendo.
De 2013 para cá, os investimentos da empresa despencaram de R$ 104 bilhões para R$ 55 bilhões, levando junto o PIB do país e impactando nas reservas de petróleo, que retrocederam aos níveis de 2001. Os resultados imediatos deste desmonte se refletem no desemprego de mais de 2 milhões de brasileiros que atuavam na cadeia produtiva movimentada pela Petrobrás e que foi devastada, afetando também a economia dos estados e municípios. Só em royalties, houve uma perda de cerca de R$ 10 bilhões neste período.
Na semana passada, a FUP e sua assessoria econômica fizeram uma análise crítica e pública dos resultados financeiros da empresa em 2016, onde pelo terceiro ano consecutivo apresentou prejuízos que estão diretamente relacionados às vendas e depreciações de ativos, assim como aos cortes de investimentos. Só no ano passado, a Petrobrás reduziu em 32% os seus investimentos e realizou ajustes contábeis que depreciaram em R$ 21 bilhões os seus ativos.
O setor de exploração e produção, que é a área nobre de uma petrolífera, sofreu um corte de 25% nos investimentos entre 2015 e 2016, o que significa uma perda de R$ 16 bilhões em projetos que seriam fundamentais a médio e a longo prazos. O caminho adotado pela atual gestão da Petrobrás já está comprometendo todas as conquistas alcançadas ao longo dos anos 2000, quando a empresa foi fortalecida com investimentos fundamentais para que se tornasse uma das maiores companhias de energia do mundo, o que a possibilitou descobrir e explorar o Pré-Sal. Hoje, a gestão Pedro Parente segue na direção contrária, apequenando a companhia, a ponto de abrir mão da operação destes reservas extraordinárias de petróleo que são alvo de disputa internacional.
A FUP continuará denunciando o desmonte do setor petróleo, se contrapondo às medidas entreguistas do atual governo e da gestão Pedro Parente e propondo alternativas para que a Petrobrás e a cadeia produtiva do setor voltem a ser preponderantes para o desenvolvimento do pais e a soberania nacional.
Federação Única dos Petroleiros