Em meio à avalanche de ataques dos golpistas contra a democracia, o patrimônio público e as conquistas do povo brasileiro, a destruição da Previdência Social é a bola da vez. O governo ilegítimo de Temer não medirá esforços para aprovar sua reforma criminosa que, conta com o apoio do Congresso Nacional, de maioria golpista, da mídia, seu principal aliado, e dos empresários, que devem mais de R$ 340 bilhões à Previdência.
Todos os trabalhadores, inclusive os petroleiros, serão afetados por esta reforma, que significará, na prática, o fim da aposentadoria pública. Por isso, uma grande mobilização nacional no dia 15 de março está sendo organizada pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais.
A FUP convoca os petroleiros e petroleiras a somarem-se às demais categorias nessa luta urgente em defesa dos direitos da classe trabalhadora. A orientação é que no dia 15 de março, quando o acidente com a P-36 completa 16 anos, os sindicatos realizem setoriais, envolvendo a categoria nas mobilizações contra a Reforma da Previdência e por saúde e segurança no Sistema Petrobrás. É fundamental que todos os trabalhadores, próprios e terceirizados, participem e se integrem aos atos e manifestações que estarão ocorrendo em todo o país.
Com a vida em risco...
Ano após ano, os gestores da Petrobrás seguem colocando em risco a vida dos petroleiros. Na P-36, foram 11 mortos no dia 15 de março de 2001. De lá pra cá, outros 210 companheiros morreram em acidentes de trabalho, em um total de 368 vidas perdidas desde 1995. Apesar desta carnificina, os gestores da empresa nada aprendem com as vítimas que fazem. Pelo contrário, descumprem procedimentos internos, normas e legislações, sem que responsabilidades lhes sejam atribuídas.
A NR20, por exemplo, que entrou em vigor em 2012, segue sendo descumprida, pois até hoje a Petrobrás sequer concluiu os estudos para dimensionamento dos efetivos de trabalhadores, como determina a Norma. Para piorar, a empresa ainda lançou nesse período dois PIDVs que reduziram o quadro próprio em cerca de 20 mil petroleiros, grande parte deles de áreas operacionais.
O resultado tem sido um acidente atrás do outro. E os gestores da empresa o que fazem? Querem implantar um sistema de consequências para transferir para os trabalhadores a responsabilidade pelos riscos e insegurança que eles nos impõem. Foi o que fizeram recentemente ao culparem Cabral por ter afundado no teto do tanque da Reduc que estava totalmente corroído por ferrugem. Treze meses após a sua morte, nenhum gestor foi responsabilizado.
O mesmo acontecerá em relação ao absurdo acidente com a aeronave que tombou no heliponto da P-37, na Bacia de Campos, ao fazer um pouso forçado, com oito trabalhadores a bordo, que poderiam estar todos mortos neste momento. A aeronave praticamente virou de ponta cabeça e por pouco não explodiu. Quatro trabalhadores ficaram feridos e, se for seguida a lógica de Pedro Parente, é capaz dos gestores quererem culpa-los por mais este acidente.
Quem será a próxima vítima? Quantos patos os trabalhadores continuarão pagando?
... e sem aposentadoria!
O fim da aposentadoria é a conta mais perversa do golpe que está sendo imposta ao trabalhador. Sob a falácia de um déficit que vários estudos técnicos desmistificam, os golpistas querem mais uma vez que o povo pague o pato, trabalhando e contribuindo com a Previdência até morrer. Homens, mulheres, professores e trabalhadores rurais, todos terão que cumprir a idade mínima de 65 anos e contribuir por pelo menos 25 anos para terem direito a uma aposentadoria de 70%. Se quiser o benefício integral, terão que contribuir por 49 anos! Só os militares serão poupados dessa maldade. No caso das pensões, a perversidade é ainda maior: o valor da aposentadoria do contribuinte que faleceu será reduzido em 50%!
Quem de fato deve à Previdência segue intocável. Os empresários não só dão calotes, como muitos são isentos de contribuir e milhares sonegam. Só com isenções fiscais, a Previdência deixou de arrecadar em 2015 um valor equivalente a R$ 88 bilhões. A sonegação onera em cerca de R$ 100 bilhões por ano os cofres do INSS. Mas o maior rombo da Previdência é o calote dos empresários, que devem mais de R$ 340 bilhões!
Você vai aceitar pagar a conta do golpe?
FUP