Hoje, dia 5 de novembro, completa um ano do maior desastre ambiental da história do Brasil e o mais impactante da mineração global, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Essa tragédia anunciada matou 19 pessoas e deixou pelo menos duas desaparecidas. As casas de 254 famílias foram soterradas por 55 milhões de metros cúbicos de lama (o equivalente a 20 mil piscinas olímpicas cheias de lama). Em torno do rio Doce há 300 mil habitantes sem água limpa para beber, 11 toneladas de peixes mortos, 120 nascentes e mangues soterrados.
O Rio Doce tem 850km de extensão e dele dependem 3,5 milhões de pessoas. Agora, com o rompimento da Barragem do Fundão, resta um imenso curso de lama que destrói quase toda forma de vida que encontra pela frente. E as 735 barragens de Minas Gerais são verdadeiras bombas-relógio prestes a detonar a qualquer momento.
Em 2014, a Samarco apresentou um lucro liquido de R$ 2,8 bilhões. E mesmo com um lucro desses, a mineradora não foi capaz de colocar simples sirenes que avisassem a população da queda da barreira. Na busca incessante pelo lucro, a Vale deixou de investir em tecnologias de minério a seco, sem utilizar água, ou reutilizar a água da lavagem, como fazem inúmeras empresas não mineradoras, não se importando com os sinais iminentes dessa tragédia
Indenização
Nessa última semana a Samarco, cujas detentoras são a BHP Billiton e a Vale, que foi privatizada pelo governo neoliberal de FHC-Serra nos anos 90, estipulou aos moradores do município de Governador Valadares, uma indenização irrisória de R$ 1mil acrescidos de 10% por criança ou idoso para aqueles que eles consideram “atingidos diretos". Somente nessa cidade 280 mil pessoas foram prejudicadas pelo rompimento.