A CUT e centrais sindicais, junto com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo, promovem nesta quinta-feira (22) um dia nacional de lutas, atos, protestos e paralisações contra as propostas de retirada de direitos que vêm sendo anunciadas pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB). Haverá manifestações em Porto Alegre e em grandes cidades do Interior. O objetivo é preparar a construção de uma greve geral.
Na capital gaúcha, a mobilização vai começar na madrugada. Haverá concentrações de trabalhadores em garagens de empresas de ônibus, apoiando os rodoviários.
No início da manhã, os trabalhadores sairão em caminhadas em direção ao centro da cidade. Às 11h será realizado um ato público em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na Avenida Mauá, 1013, em defesa dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais.
Contra a retirada de direitos
“Estamos indignados com os ataques aos direitos da classe trabalhadora, como a ampliação da jornada de trabalho para 12 horas por dia e os projetos da terceirização sem limites e do negociado sobre o legislado, dentre outros que precarizam o trabalho”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. “Aqueles que apoiaram e financiaram o golpe estão agora cobrando a fatura. Querem rasgar a CLT e roubar direitos conquistados pelos trabalhadores com muita luta ao longo da história. Não aceitamos pagar o pato para aumentar o lucro dos empresários.”
A reforma da Previdência também está tirando o sono da classe trabalhadora e dos aposentados. “Não aceitamos idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem, muito menos a desvinculação do aumento do salário mínimo do reajuste dos benefícios das aposentadorias e pensões”, destaca Claudir. “Não existe déficit da Previdência e, portanto, não aceitamos nenhum retrocesso”.
O dirigente da CUT-RS é também contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, do governo Temer, que congela os investimentos sociais pelo poder público, em especial nas áreas de saúde e educação, por 20 anos. “Tira dinheiro dos pobres do orçamento da União”, aponta.
“Somos igualmente contra o PL 4567, já aprovado no Senado, que entrega o pré-sal para multinacionais estrangeiras”, ressalta. “Repudiamos ainda o pacote de privatizações”.
“Vamos também protestar contra o governo Sartori (PMDB) que está desmontando o Estado. Queremos o fim do parcelamento de salários dos servidores, concurso já para combater a violência e o caos na segurança, melhoria dos serviços públicos e manutenção das empresas estatais”, defende Claudir.
Para ele, “sobram motivos para sair às ruas e mandar um recado duro ao governo golpista, dizendo que não vamos engolir, mas de jeito nenhum, que mexam nos direitos da classe trabalhadora”. Claudir reafirma que “a história é implacável com quem se acovarda”.
As centrais defendem um projeto de desenvolvimento econômico e social, com criação de empregos e distribuição de renda, trabalho decente, aposentadoria digna e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição de salário.
Esquenta para a greve geral
A estratégia das centrais é fazer do dia 22 um esquenta para a construção de uma greve geral no país. “Temos que desalienar as pessoas para mostrar que o golpe não foi somente para retirar a presidenta Dilma, mas principalmente para retirar direitos dos trabalhadores”, alerta Claudir. “Não teve nada a ver com o combate à corrupção”.
“Somente uma greve geral poderá barrar os ataques aos direitos e que serão ainda mais fortes depois das eleições municipais”, conclui o presidente da CUT-RS.
Fonte: CUT-RS