A edição de agosto da Revista Brasil Energia dá as pistas para os próximos passos de Pedro Parente em sua missão de privatizar a Petrobrás. Seu papel é quebrar a integração do Sistema, vendendo a empresa aos pedaços, repetindo a estratégia adotada no governo FHC. A fórmula é a mesma que foi aplicada na Refap, quando Parente, então membro do Conselho de Administração da Petrobrás, autorizou a venda de 30% das ações da refinaria para a multinacional Repsol. Uma negociata que lesou a empresa em 2,3 bilhões de dólares e é alvo de uma ação de reparação que já corre há 15 anos na justiça.
A reportagem da Brasil Energia explica o que está por vir: “A Petrobras deve incluir em seu plano de desinvestimento as refinarias mais antigas, organizadas em pools regionais. A modalidade de venda ainda está sendo discutida e estruturada, mas uma das propostas colocadas na mesa é a venda de participações das unidades industriais e dutos que compõem os seus sistemas logísticos. Um dos modelos em avaliação contemplaria pelo menos dois pacotes distintos, um envolvendo a Regap (MG) e a Reduc (RJ) e outro a Repar (PR) e a Refap (RS)”, destaca a revista.
Estamos revivendo a privataria dos anos 90 e início dos anos 2000. Os petroleiros já viram esse filme e sofreram na pele os reflexos do desmonte da empresa. Na Refap, os trabalhadores levaram uma década para conquistar de volta o direito de serem 100% Petrobrás. Mais do que nunca, é preciso reagir aos golpistas enquanto ainda há tempo. Pedro Parente tem pressa para entregar o nosso patrimônio, como fez com Carcará. O momento, portanto, é grave e exige resistência de toda a categoria.