Os resultados operacionais e financeiros registrados pela Petrobrás neste segundo trimestre do ano apontam para a recuperação da empresa, que voltou a dar lucro e continua apresentando crescimento considerável na produção de petróleo e gás. Fica mais uma vez claro que a crise que a Petrobrás atravessa é conjuntural e não estrutural, como tentam fazer crer os entreguistas, de olho em seus ativos e no Pré-Sal. Apesar dos ataques sofridos e das tentativas de desmonte, a empresa segue resistindo à crise econômica que afeta a indústria petrolífera em todo o mundo.
O lucro de R$ 370 milhões que a Petrobrás alcançou neste primeiro trimestre só não foi maior devido às perdas em impairment, em função da reavaliação dos investimentos no Comperj, que impactaram em R$ 1,1 bilhão os resultados da companhia. Outro ponto de destaque no balanço foi a redução do endividamento líquido, que caiu 15% em relação ao primeiro trimestre, com expressiva redução da dívida de curto prazo, em função do alongamento e da recuperação do real em relação ao dólar e ao euro.
Ao contrário do que a direção da Petrobrás vem pregando e o mercado repercutindo, a venda de ativos não tem grandes impactos sobre a redução da dívida de curto prazo da companhia, que no primeiro trimestre era de R$ 62,1 bilhões e agora caiu para R$ 36,5 bilhões. “Fica claro que a variação cambial tem grande influência sobre o volume da dívida da empresa, que não será resolvida com a venda de ativos”, destaca o Dieese, em estudo feito para a FUP sobre os resultados da Petrobrás no segundo trimestre.
A redução dos investimentos da empresa, que a FUP vem duramente combatendo, é um dos pontos de preocupação destacados pelo Dieese. A Petrobrás diminuiu em 14% os investimentos em relação ao primeiro trimestre do ano, impactando ainda mais a redução de empregos e a geração de renda na economia nacional. O Dieese estima que 1,4 milhão de postos de trabalho já foram extintos em função dos desinvestimentos da Petrobrás.
GIGANTES DO SETOR AMARGARAM PREJUÍZOS
As norte-americanas ConocoPhillips e Chevron, assim como a britânica BP, amargaram prejuízos neste primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. A ConocoPhillips registrou perdas de 2,08 bilhões de dólares (um prejuízo de 694% em relação ao primeiro semestre de 2015). A Chevron sofreu perdas de 170%, fechando o semestre com um saldo negativo de 2,20 bilhões de dólares. Já a BP, registrou prejuízos de 2 bilhões de dólares. Outras empresas do setor, como a Shell e a Exxon, apesar de fecharem o semestre com lucro, sofreram reduções de 80% e 62%, respectivamente, em relação ao ano anterior.