O Sindipetro-RS participou na manhã dessa segunda-feira (30) da manifestação dos petroquímicos do RS. O presidente do Sindicato, Fernando Maia, salientou a importância da unidade dos trabalhadores em um momento como este e lembrou a greve de 13 dias dos petroleiros, a maior dos últimos 20 anos: “este ano, a luta dos petroleiros foi muito além da questão salarial. A nossa luta foi para impedir a retirada dos nossos direitos e pela redução dos nossos salários, foi para denunciar o plano de desmonte que vem sendo imposto pela direção da empresa, com todos os prejuízos econômicos, sociais e políticos para o país e para a população brasileira. A categoria petroleira é solidária a categoria dos trabalhadores do petroquímicos, pois como já dizia Pepe Mujica: a única luta que se perde é a que se abandona!”, disse Maia.
Cerca de 1200 trabalhadores petroquímicos das empresas Braskem, Innova, Lanxes e Oxiteno, todas do Polo Petroquímico de Triunfo realizam, nesta segunda (30), entre as 7h e às 10h30, uma manifestação na altura do quilometro 423, da BR 386, em Montenegro. A atividade atrasou a entrada do pessoal administrativo e do Turno das 8h em cerca de três horas.
A manifestação foi para pressionar as empresas a retomarem a negociação e contra a posição unilateral adotada por elas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), Gerson Borba, elas incluíram na folha de pagamento de novembro a proposta de reajuste rejeitada pela categoria e ignoraram completamente as demais reivindicações, inclusive as que sequer têm impacto econômico.
Borba esclarece que o setor petroquímico, diferente de outros setores, não está sendo afetado pela crise e inclusive as empresas têm planos de expansão e de implantação de plantas em outros países, com investimentos na casa dos bilhões. Ele lembra que a folha de pagamento representa menos de 4% do seu faturamento e, portanto, não há o que justifique a resistência em avançar nas negociações. “Estávamos num processo de negociação, levamos a proposta da empresa para a categoria, que rejeitou e mesmo assim, ignorando o processo e a decisão dos trabalhadores, deu por encerrada a negociação e incluiu sua proposta na folha de pagamento”. Borba acrescenta que manifestações também estão acontecendo em outros estados, como no Polo da Bahia, também em função das empresas.
O sindicalista acrescenta que não estão descartadas outras manifestações, caso as empresas se neguem a retomar e dar andamento à negociação.
A pauta de reivindicações tem cerca de 80 itens, e entre os principais estão:
· Acordo coletivo por um ano;
· Reajuste salarial sem escalonamento de 12,40%;
· Reajuste de 14% nos auxílios educação, creche/acompanhante para dependentes (para todos os trabalhadores - homens e mulheres) e para os dependentes portadores de deficiência;
· Abono de férias de um salário mais 1/3 de lei (133,33% de um salário);
· Vale alimentação de R$ 360,00;
· Manutenção do salário por 36 meses aos afastados por doença ou acidentes;
· Seguro aposentando de 60 meses;
· Auxílio funeral;
· Combate efetivo ao assédio moral;
· Manutenção de todas conquistas do atual acordo coletivo.