A esplanada de Brasília foi tomada por mais de cem mil mulheres do Brasil e da América Latina, que realizam nesta quarta-feira, 12, a 5ª edição da Marcha das Margaridas. A manifestação é composta por trabalhadoras do campo e da cidade. O objetivo é apresentar uma pauta de reivindicações que atenda às necessidades das mulheres que vivem e trabalham no campo e se contrapor ao conservadorismo político atual, que pode levar ao retrocesso das conquistas históricas dos trabalhadores brasileiros.
O Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP também está presente na marcha, bradando contra a violência que as mulheres sofrem em seus cotidianos, reivindicando a criação e implementação de políticas públicas que beneficiem as trabalhadoras do campo e da cidade e que reserve mais espaço para mulheres em cargos de poder.
A pauta da Marchas das Margaridas é densa, e resulta principalmente do diálogo e mobilização das mulheres. É um processo que leva um ano de conversa entre as reuniões municipais, nas comunidades, enfim, a pauta traz a voz das margaridas, das águas, das florestas, da juventude, indígenas. As mulheres camponesas têm como ponto central o questionamento ao modelo de desenvolvimento que tem acontecido no campo, principalmente demarcando as nossas posições em torno da soberania alimentar e da terra, água e agroecologia. São eixos centrais, como modelo alternativo para o meio rural. As proposições trazem não só o enfrentamento ao uso indiscriminado de agrotóxicos, e a defesa da agroecologia, como várias proposições com relação à participação das mulheres e o que a gente espera das políticas públicas.
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