Marcada para esta terça-feira (11), em Brasília, a marcha contará com a participação de 27 federações e 11 entidades parceiras. Entre os pontos principais da pauta, estão o fim da violência contra a mulher e o combate ao uso de agrotóxicos. Na quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff participará de um ato, no estádio Mané Garrincha, onde apresentará o compromisso do governo federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.
A Marcha das Margaridas é considerada a maior manifestação pelos direitos das mulheres no mundo. O Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras estará presente, com representantes de todos os sindicatos da FUP. As petroleiras levarão para a marcha a defesa da Petrobrás e do pré-sal.
A pauta da marcha
A pauta da Marchas das Margaridas é densa, e resulta principalmente do diálogo e mobilização das mulheres. É um processo que leva um ano de conversa entre as reuniões municipais, nas comunidades, enfim, a pauta traz a voz das margaridas, das águas, das florestas, da juventude, indígenas. As mulheres camponesas têm como ponto central o questionamento ao modelo de desenvolvimento que tem acontecido no campo, principalmente demarcando as nossas posições em torno da soberania alimentar e da terra, água e agroecologia. São eixos centrais, como modelo alternativo para o meio rural. As proposições trazem não só o enfrentamento ao uso indiscriminado de agrotóxicos, e a defesa da agroecologia, como várias proposições com relação à participação das mulheres e o que a gente espera das políticas públicas.
Luta contra o conservadorismo
De acordo com a secretária de Mulheres Rurais da Contag, Alessandra Lunas, nos últimos meses o conservadorismo em diversos setores da política tem dificultado o acesso das mulheres a uma série direitos, como o direito a educação, participação igualitária na política e ocupação de cargos nas esferas decisórias do país – além de colocar em risco direitos sociais já conquistados e a própria democracia. “Chegamos ao ponto de assistir a agressões machistas feitas à presidenta da República, sem nenhum pudor”, afirma.
Para ela, os ataques são um reflexo das diversas formas de violência dirigidas às mulheres no Brasil. Um ataque que vai além do que está sendo verbalizado. “O que nós mulheres vemos hoje é uma ofensiva raivosa contra o governo, mais do que algo real que esteja acontecendo. A gente sabe que tem segundas intenções neste processo.”
Alessandra afirma que os movimentos sociais não devem deixar de cobrar o governo federal para que reveja posições na área econômica que estão comprometendo o orçamento de políticas públicas e o crescimento econômico. Mas vê nos ataques da oposição a tentativa de atingir e desmoralizar todo o governo por questões de disputada partidária, sem nenhuma preocupação com a consequências para o país. “Quando se diz, com a prisão de José Dirceu, que o alvo é atingir quem o comandava, o recado já está sendo dado. Só não vê quem não quer”, afirma.
Em relação à presidenta Dilma, a dirigente da Contag avalia também que o machismo é um fator de peso nessa pressão política focada exclusivamente nela. E isto tem sido demonstrado em diversos momentos, como o tratamento desrespeitoso contra ela, manifestado em diversos momentos, como o que aconteceu durante a abertura dos jogos da Copa do Mundo e as próprias piadas envolvendo a figura da presidenta.
Para Alessandra, o momento é preocupante e exige uma reação efetiva da militância nas ruas, principalmente porque envolve a defesa da democracia e das conquistas históricas dos trabalhadores.
Fonte: com informações da Rede Brasil Atual