Faixas e cartazes davam o tom da manifestação, exigindo dos parlamentares que barrem o Projeto de Lei 131, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP), que visa retirar da Petrobrás a função de operadora única do pré-sal e acabar com a obrigatoriedade legal da empresa participar em pelo menos 30% das áreas exploratórias.
“Ô senador, não entrega não. Quero o pré-sal pra saúde e educação”, repetiam os petroleiros cada vez que um parlamentar passava pelo portão de desembarque do aeroporto de Brasília. “Não, não, não à privatização”, emendavam os trabalhadores, contagiando as pessoas que circulavam pelo saguão e se solidarizavam com a causa da categoria.
Alguns senadores se irritaram com a manifestação e buscaram saídas alternativas para evitar passar pelo saguão onde os petroleiros protestavam. Um dos mais exaltados foi o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP), que reagiu às palavras de ordem dos petroleiros com xingamentos.
Desde junho, a FUP vem se mobilizando para impedir que o projeto seja votado. A reação da categoria derrubou o regime de urgência em que se encontrava o PLS 131 e fez os senadores encaminharem o projeto para uma Comissão Especial, que será instalada nesta tquarta-feira, 05, e terá 45 dias para debater a proposta de Serra.
Ao longo desta semana, os petroleiros permanecem em Brasília, percorrendo os gabinetes dos senadores para alerta-los sobre os prejuízos que o projeto representa para o país e o povo brasileiro. A FUP e seus sindicatos estão desde segunda, 03, na capital federal, debatendo estratégias de luta no enfrentamento ao PLS 131 e novas mobilizações para barrar o Plano de Desinvestimentos aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, que pretende colocar à venda 57,7 bilhões de dólares em ativos e reduzir em 76 bilhões de dólares investimentos e despesas.
Essas medidas, além de reduzir em cerca de 30% o patrimônio da maior e mais estratégica empresa brasileira, significarão demissões em massa e cortes de direitos, como já vem acontecendo com trabalhadores do setor naval e da construção civil e petroleiros terceirizados. Para se contrapor ao processo de desmantelamento em curso na Petrobrás, a FUP e seus sindicatos realizaram uma greve de 24 horas no último dia 24 e agora debatem os próximos rumos do movimento.
Fonte: FUP