Na manhã dessa terça-feira (9), mais de 10 mil pessoas participaram da assebleia que encerrou uma greve histórica de 40. Com ampla maioria dos votos, a categoria decidiu aceitar a proposta do governo do Estado e encerrar a paralisação, com o compromisso de manter a luta. Desta forma, os professores e funcionários de escolas da rede pública estadual retornam aos colégios nesta quarta-feira (10).
O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, destacou a repercussão mundial da greve e os aspectos positivos que a resistência trouxe para a categoria. “Temos uma avaliação de um movimento vitorioso e nós vamos continuar numa luta intensa em cada local de trabalho, em cada diálogo com pais, mães, estudantes e com a sociedade. Sairemos desta greve de cabeça erguida, com condições de continuar fazendo muita luta e representando bem junto com nossos colegas trabalhadores a defesa do serviço público”, afirmou.
De acordo com ele, embora a greve esteja encerrada, a categoria manterá o estado de alerta e de luta. “Estaremos atentos e ao primeiro sinal de descompromisso do governo com os direitos ou qualquer outra medida que trate de ataque aos nossos direitos o formigueiro da APP entrará em movimento novamente”, completou. Segundo Leão, além das questões relativas aos direitos dos trabalhadores, a defesa da escola pública de qualidade permanece no centro da pauta.
Melhorias na infraestrutura, remuneração e novos concursos públicos fazem parte dos temas que precisam ser aprofundados. “Não vamos descansar nessa luta durante os quatro anos de um governo que vê o estado como um espaço de políticas mínimas e de desmonte de direitos. Nós vamos estar de plantão, 24 horas por dia cuidando da escola pública e dos direitos dos educadores”, argumentou.
A presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, acredita que a categoria acertou no momento de encerrar a greve. “A sociedade paranaense está com os professores e funcionários de escola. A greve foi vitoriosa por ser um movimento de resistência, para que não fossem retirados direitos e isso com muito suor e sangue foi conquistado. A Luta continua, nunca vamos esquecer o 29 de Abril”, afirmou.
A proposta
A categoria aprovou 3,45% de aumento a ser pago em outubro deste ano. Já a inflação referente a 2015 será zerada em janeiro de 2016, quando será pago 8,5% de reajuste ao funcionalismo público. A proposta foi formulada pelos deputados estaduais que negociavam em nome do Governo do Estado com a APP-Sindicato e o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais.
O Governo do Estado também assumiu alguns compromissos com a categoria caso a greve fosse encerrada. Entre ele está o não lançamento das faltas e consequentemente do desconto dos dias de paralisação, a não perseguição a servidores públicos na greve inclusive diretores e PSS´s (professores contratados por regime temporário), entre outras como não dar seguimento a ação judicial contra a APP-Sindicato.
Calendário Escolar
Embora a retomada das aulas ocorra já nesta quarta-feira (10) ainda não há uma definição sobre a sequência do calendário escolar na rede pública estadual. A previsão é de que uma mesa de negociação possa definir quais serão os prazos que atendam tanto os trabalhadores quanto os estudantes. A expectativa é de que outras entidades como o Conselho Estadual de Educação e o próprio Ministério Público participem deste fórum.
“Calendário de reposição tem compromisso do governo de uma mesa de debate na sequência, porque precisamos olhar todas as possibilidades da forma mais adequada, que organize tantos os professores e funcionários como garanta o direito de cada estudante deste estado a um ano letivo de 2015 que traga o conjunto de conteúdos e o programa escolar a todos”, garantiu o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão.
Fonte: FUP