Uma destas mesas debateu a defesa da Petrobras, com o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, engenheiro Haroldo Lima, ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Joilson Cardoso, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Desde antes da criação da Petrobras, a maior empresa estatal brasileira e uma das gigantes do petróleo no mundo, interesses externos – econômicos e políticos – já se articulavam para desmontar o acesso do país a esse recurso natural. Hoje, mais de 50 anos depois, quando a empresa está no centro das atenções por denúncias de corrupção, o cenário não mudou muito.
“Basta qualquer notícia negativa sobre a Petrobras para retornarem com o plano antigo de entregá-la aos conglomerados financeiros internacionais”, afirmou José Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Imaginem só: um país em desenvolvimento que produz mais petróleo do que os países ricos, isso sempre será um incômodo para eles”, reforçou.
O tema tem ganhado ainda mais relevância dentro do movimento estudantil após a aprovação da destinação dos royalties do petróleo e dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a área da educação. Serão recursos necessários para garantir a aplicação de 10% do PIB no setor educacional, como prevê o Plano Nacional de Educação. O ex-presidente da ANP lembrou que essa é, exatamente, a movimentação da Petrobras:
“Essa é uma empresa que é responsável por mais de 10% do nosso PIB, esse é o tamanho dela. É por isso que precisamos defendê-la e tenho certeza que precisamos de muita unidade para isso”, disse Haroldo Lima.
O vice-presidente da CTB lembrou que, além disso, a empresa reúne expertise mundial na prospecção em águas profundas e tecnologias que não existem em nenhum outro local do planeta. “Nessa conjuntura mundial, podemos dizer que a Petrobras é a possibilidade de termos uma pátria soberana”, declarou Joilson Cardoso.
Os estudantes foram um dos principais envolvidos na criação da empresa durante a década de 1950, quando foi realizada a campanha “O Petróleo é Nosso”. No último mês de março, a UNE esteve ao lado de outros movimentos como a CUT e o MST, nas ruas de todo o país, em defesa da Petrobras e contra as ofensivas do poder econômico contra a estatal.
Na sexta-feira (5), os debates se concentram em temas de educação. A situação dos professores no Brasil, assistência estudantil a alunos carentes, regulação do ensino privado, implantação do Plano Nacional da Educação e dos 10% do PIB para o setor, reforma dos currículos universitários e ampliação da democracia nas instituições de ensino superior serão assuntos em pauta.
Fonte: Portal Vernelho