Os estados que possuem produção de resinas termoplásticas em seus territórios irão expor à União a necessidade de um programa de desenvolvimento da área petroquímica. Conforme o secretário estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, o fortalecimento do segmento diminuirá a necessidade de importações e favorecerá a cadeia plástica como um todo.
"Precisa-se de uma participação mais forte do governo federal, até porque as grandes decisões estratégicas e de política tributária passam por ele", argumenta o secretário. O dirigente esteve, na quinta-feira, em São Paulo, discutindo assuntos relativos ao setor. Entre outros participantes, estiveram presentes no encontro o superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Paulo Guimarães, e o diretor de Desenvolvimento e Relações Internacionais da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, Ricardo Vieira, ambos da Bahia, e o secretário de Energia de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles.
Além dos estados do Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo, Branco adianta que será estendido o convite ao Rio de Janeiro para participar dessa ação em prol do setor petroquímico. O secretário explica que se trata de uma sequência do trabalho de um grupo que possui participação dos governos estaduais e foi constituído para contribuir para que Petrobras e Braskem cheguem a um acordo de longo prazo quanto ao fornecimento de nafta (principal matéria-prima da petroquímica nacional).
Os últimos contratos assinados entre a estatal e a empresa privada foram firmados com base em aditivos de curto prazo, devido às companhias não chegarem a uma definição quanto a valores. O mais recente aditivo foi realizado em fevereiro e é válido até agosto. Branco está otimista que as empresas cheguem a um consenso e que seja consolidado um contrato mais duradouro.
O desfecho da situação é essencial para a atração de novos investimentos para o Polo Petroquímico de Triunfo, como é o caso da empresa polonesa Synthos, que pretende aportar cerca de R$ 640 milhões em uma planta de produção de borracha sintética. Para isso, a companhia irá consumir o butadieno da Braskem, que, por sua vez, é fabricado a partir da nafta da Petrobras. Por isso, a Synthos aguarda a definição do contrato de abastecimento de matéria-prima dos outros grupos.
Fonte: Jornal do Comércio