No último dia 25, ocorreu na Assembleia Legislativa o lançamento da campanha nacional Mais Mulheres na Política. O evento, que tem o apoio da ONU, contou com a presença de mulheres com cargo no poder legislativo e executivo, nos âmbitos federal, estadual e municipal. As representantes do PCdoB, PMDB, PT, PDT, PP, PDT, PSDB, PPS e PSB apresentaram suas experiências e dificuldades que enfrentaram e continuam enfrentado para exercer a função política.
Apesar das divergências ideológicas, elas foram unânimes quando o assunto é participação das mulheres na política. "Se, somos aproximadamente 50% da população, por que nas instâncias de poder somos, em média 10%?"
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou que o nosso país ocupa posições vergonhosas quanto à participação das mulheres no poder Legislativo. No mundo, entre 188 países, ocupamos a 124ª posição. Dentre os 20 países latino-americanos, só estamos a frente do Haiti, nesta situação. As mexicanas, por exemplo, ocupam 37% das vagas em seu parlamento, e as argentinas 36%.
As principais barreiras apontadas por elas são:
· Desestímulo da participação em geral, mas, sobretudo das mulheres, nos espaços de poder;
· A sobrecarga social que as mulheres vivem com acúmulo de tarefas de cuidados (lar, filhos, idosos) e trabalho externo ao lar.
As mulheres que vencem essas barreiras e decidem ingressar na política enfrentam:
·O preconceito da sociedade, da família e dentro dos partidos;
·Não recebem apoio dos partidos para tornar suas candidaturas viáveis, como verba e tempo de TV para as campanhas;
· Para cumprir a cota de 30% de gênero, os partidos requisitam “laranjas” que tiram o espaço das que efetivamente querem concorrer.
Por isso, elas se posicionaram contra o financiamento empresarial de campanha e o voto distrital, pois eles favorecem os candidatos com maior poder econômico.
Na mesma semana, vimos o congresso apressar a discussão da reforma política e colocar em pauta justamente esses temas. Ficou evidente que os deputados estão legislando em causa própria para se manter no poder e não permitir que aumente a pluralidade de ideias e que efetivamente se consolide a democracia em nosso país.
Leia aqui a matéria do Senado Federal sobre essa campanha que chegou ao RS na última semana.