Nov 25, 2024
×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 43

Trabalhadores se mobilizam contra o PL do trabalho escravo

Dirigentes do Sindipetro-RS, e demais sindicatos filiados à CUT-RS e à CTB-RS e de movimentos sociais, se concentraram numa vigília desde às 5h da manhã dessa terça-feira, 07, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O objetivo era dialogar e conscientizar a sociedade sobre os perigos que a classe trabalhadora está correndo caso o PL 4330 seja aprovado, além de pressionarem os deputados que embarcam na manhã de hoje para Brasília para votarem contra a terceirização.

O dia 07 de abril será marcado por atos em Brasília e em diversos estados do país para impedir a votação no Congresso Nacional, do PL 4330/04, que regulamenta a terceirização – o que causará inúmeros prejuízos à classe trabalhadora. Atualmente, 12,7 milhões de trabalhadores (26,8%) do mercado de trabalho são terceirizados. E os empresários querem ampliar ainda mais esse contingente de subempregados.

Durante três horas, os dirigentes sindicais explicaram o impacto que a possível regulamentação da terceirização na atividade-fim das empresas terá para a toda a sociedade.

O diretor de comunicação do Sindipetro-RS, Dary Beck Filho, chamou atenção para a segurança dos terceirizados. “São a grande maioria dos acidentes de trabalho. O navio-plataforma da Petrobrás que explodiu em fevereiro, no litoral do Espírito Santo era terceirizado”, contou.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, informou que houve atos em diversos aeroportos  do  país e em Brasília “para recepcionar os parlamentares.”  Para ele, se o Projeto for aprovado haverá um grande retrocesso na legislação trabalhista. “Uma empresa poderá não ter trabalhadores diretos, por exemplo, serão todos terceirizados, precarizando as relações de trabalho”, explicou.

Nespolo também declarou que haverá uma grande campanha mostrando quais deputados votarão a favor do PL. “Nos vamos para as ruas, mostrar para sociedade quem está contra os trabalhadores”, afirmou.

O dossiê “Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não fecha”, produzido pela CUT Nacional em parceira com o Dieese, mostra que os terceirizados ganham menos, trabalham mais e correm mais risco de sofrerem acidentes, inclusive fatais. Dos 10 maiores grupos de trabalhadores em condições análogas à de escravos resgatados entre 2010 e 2013, 90% eram terceirizados.

O bancário Juberlei Bacelo, relatou que já há um alto número de terceirizados nas agências bancárias nas áreas de retaguarda como processamento de documentos e tesouraria. Com o PL 4330, os bancos poderão funcionar sem qualquer bancário, com caixas e gerentes fornecidos por empresas terceirizadas. “Por isso, precisamos barrar esse projeto da escravidão”, disse ele.

O servidor do judiciário, Marcelo Carlini lembrou que os servidores públicos também estão ameaçados já que a própria admissão via concurso público estaria comprometida com a aprovação do 4330. “Além de lutarmos contra a terceirização, também estamos aqui para pressionar o governo federal pela retirada das  MPs (Medidas  Provisórias) 664  e  665  -  que  alteram  direitos dos trabalhadores.”

A Reforma Política com o fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais como maneira de combater a corrupção foi outro tema abordado pelos dirigentes.

Sindicalistas de diversas categorias foram à Brasília com as caravanas que saíram do Rio Grande do Sul para participar do ato na capital federal. A concentração inicia às 14h, em frente ao Congresso Nacional.

Você Sabia que os Trabalhadores terceirizados:

  • Permanecem 3,1 anos a menos no emprego do que o trabalhador contratado diretamente?
  • Tem uma jornada média semanal superior em três horas aos trabalhadores contratados diretamente?
  • Recebem salários em média 24% inferiores, sem benefícios?
  • No caso dos bancos, a diferença salarial alcança 75% em relação aos lotéricos?
  • Correspondem a 80% das vítimas de acidentes fatais de trabalho?
  • São as maiores vítimas de inadimplência patronal?
  • Têm as maiores taxas de ausência de recolhimento do FGTS e contribuição ao INSS?

 

Fonte: CUT-RS, com Sindipetro-RS

Imagem: Pública

 

Facebook