Em dezembro de 2000, a indústria naval brasileira empregava apenas 1.910 trabalhadores, reflexo do desmonte que o setor sofreu nos anos 90. A partir de 2003, com a decisão política do governo Lula de nacionalizar as encomendas da Petrobrás, a indústria naval voltou a se reerguer e fechou 2014 com 82.472 empregos diretos e mais de 300 mil indiretos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).
A Petrobrás responde por mais de 90% da carteira de encomendas dos estaleiros instalados no país. Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), 23 dos 50 maiores projetos offshore do mundo estão hoje no Brasil. Estudo do Sinaval revela que o setor tem tido um crescimento médio de 19,5% ao ano, desde 2004, e movimenta atualmente R$ 149,5 bilhões.
Evitar o retrocesso
Esse ciclo de recuperação da indústria naval, no entanto, pode ser interrompido, se as tentativas de enfraquecimento da Petrobrás não tiverem a devida resposta da sociedade. Os ataques especulativos que visam inviabilizar economicamente a estatal colocam em risco as contratações no Brasil de plataformas, sondas, navios petroleiros e barcos de apoio. "Já estamos sofrendo as consequências dessa crise, com demissões em diversos estaleiros, que reduziram ou paralisaram obras. Pelo menos 10 mil postos de trabalho já foram fechados", alerta Edson Rocha, coordenador do Setor Naval da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
"A defesa da Petrobrás passa pela defesa da política de conteúdo nacional, que tem garantido empregos e investimentos no Brasil, e, principalmente, pela defesa do pré-sal, que desde a sua descoberta tem sido objeto de disputa dentro e fora do país. Esses são os grandes interesses que estão por trás das tentativas de desmonte da Petrobrás", ressalta o coordenador da FUP, José Maria Rangel, frisando a importância dos petroleiros se engajarem nas diversas frentes de luta em defesa da estatal.
FUP