A Petrobrás e suas subsidiárias apresentaram à FUP nesta quarta-feira, 10, proposta de reajuste de 7,58% na RMNR, que significa entre 0,79% e 1% de ganho real, acima do IPCA (6,51%), que será antecipado no próximo dia 25, conforme cobrado pela Federação. As empresas do Sistema também propuseram um abono de uma RMNR integral ou R$ 7.200,00, o que for maior, e reajuste de 10,22% no auxílio alimentação (veja abaixo a íntegra da proposta).
Na pauta apresentada ao Sistema Petrobrás no dia 27 de agosto, a FUP reivindica 5,5% de ganho real e cobra o cumprimento da Cláusula 181 do Acordo Coletivo, que estende para os aposentados e pensionistas os três níveis recebidos pela ativa em 2004, 2005 e 2006.
Na semana passada, após o ato de lançamento da campanha que reuniu mais de 300 aposentados e pensionistas em frente à sede da Petros, a FUP cobrou uma reunião urgente com representações da Fundação e da Petrobrás para buscar uma solução definitiva para o impasse em relação à Clausula 181. A Petrobrás respondeu nesta quarta-feira, 10, agendando a reunião para o dia 19.
Regimes e jornadas de trabalho- A FUP tornou a cobrar da Petrobrás uma resposta para as cláusulas 105 e 106 do Acordo Coletivo, onde a empresa se compromete a apresentar uma proposta de adequação de regime para as atividades especiais em horário administrativo e de um acordo nacional para paradas de manutenção programadas. A FUP vem buscando avançar nesta discussão no âmbito da Comissão de Regimes e Jornadas de Trabalho, mas a empresa ainda não sistematizou a sua proposta.
O Conselho Deliberativo da FUP reúne-se nesta quinta, 11, e sexta-feira, 12, no Rio de Janeiro, para avaliar a proposta salarial apresentada pela Petrobrás e suas subsidiárias e definir os rumos da campanha.
Proposta salarial do Sistema Petrobrás
Na reunião com a Petrobrás, a FUP lamentou a ocorrência de mais duas mortes de trabalhadores que prestam serviço para empresa e novamente criticou com veemência o pouco caso dos gestores com a segurança da categoria. O coordenador da FUP, José Maria Rangel, questionou a Petrobrás por sequer ter um representante do SMS na reunião para se manifestar sobre os dois óbitos ocorridos.“Mais uma vez, os gestores da Petrobrás demonstram o descaso que têm com a vida dos trabalhadores, agindo como se nada tivesse acontecido. Dois trabalhadores terceirizados morrem e não tem ninguém do SMS nesta reunião”, criticou José Maria, ressaltando que é cada vez mais evidente que a atual política de segurança da Petrobrás não tem sustentação.
Em um intervalo de 24 horas, dois trabalhadores perderam a vida enquanto prestavam serviços para a Petrobrás. A primeira ocorrência foi no início da madrugada de terça-feira, 09, no Paraná, quando um motorista da Translíquido, morreu em um acidente grave na BR 277, quando transportava óleo combustível da Repar para o Terminal de Paranaguá. O Sindipetro-PR/SC já vem alertando à Transpetro sobre os riscos da sobrecarga excessiva de trabalho para cumprimento de metas de produção no terminais, o que afeta também os serviços de descarregamento de combustíveis.
Na madrugada desta quarta-feira, 10, o mecânico da empresa Disman, José Ricardo da Luz, 52 anos, faleceu durante seu primeiro dia de trabalho na parada de manutenção da Termelétrica Governador Leonel Brizola, em Duque de Caxias. Segundo informações apuradas pelo Sindipetro Duque de Caxias, o mecânico foi encontrado morto por outros funcionários e não pode sequer ser socorrido já que não há ambulância, nem equipe médica ou de enfermagem na Termelétrica.
Fonte: FUP