Durante a 14ª Plenária Nacional da CUT, que aconteceu semana passada em SP, o professor Marcio Pochmann alertou para a necessidade de que os movimentos sociais se conscientizem para a importâncias das políticas públicas implementadas nas ultimas décadas. Para o estudioso do mundo do trabalho, a ascensão econômica de 37 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média nos últimos 10 anos precisa ainda se traduzir numa conscientização dos brasileiros beneficiados por essa transformação social, o que, segundo ele, não tem acontecido.
“O desafio para o movimento sindical é justamente cumprir o papel de agente de politização para construir uma maioria afinada com as reformas que o país obrigatoriamente terá de fazer. Entre essas, a sindical”, alertou.
Para Pochmann, a fórmula para isso passa pelo tripé investimento em formação para qualificar os quadros sindicais; escolha de dirigentes de acordo com sua capacidade de gestão; e na comunicação com a base.
A falta deste tripé reflete uma realidade problemática. Mais de 22 milhões de pessoas tiveram acesso ao emprego formal. Porém, de cada 10 trabalhadores, apenas dois são sindicalizados. E 40% diz não aderir aos sindicatos porque, apesar de reconhecer a importância dessas organizações, não sabe quem defende a categoria porque não está presente no local de trabalho.