Nov 25, 2024
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Chapa 2, apoiada pela CUT, vence a eleição do CPERS

Com 40% dos votos válidos e quase 90% das urnas apuradas até a manhã desta sexta, 13, a chapa da CUT, encabeçada pela professora Helenir Oliveira, vence as eleições para a direção do CPERS – Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – e estará à frente da entidade no período de 2014 a 2017.

O CPERS é o maior sindicato do estado, o segundo maior de trabalhadores na educação e um dos dez maiores do Brasil. A categoria tem mais de 81 mil professores sindicalizados e cerca de 40% deles foram às urnas entre os dias 10 e 11 de junho. Além da direção estadual, também serão eleitos os integrantes dos 42 núcleos regionais espalhados pelo estado.

 Retomada CUTista

Com a derrota da chapa 1, encabeçada pela até então presidenta Rejane de Oliveira, a CUT volta a comandar o Sindicato.  Rejane esteve à frente do CPERS por três mandatos consecutivos e integra a corrente “A CUT Pode Mais”, que contou com apoio das centrais CSP-Conlutas e Intersindical.

“O CPERS é um sindicato importante, filiado à CNTE e à CUT, mas a política que vinha sendo adotada na condução do Sindicato estava indo por um caminho errado, equivocado, porque não estava aglutinando a categoria e nem dando respostas às suas reivindicações”, afirma Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Segundo Leão, com a vitória da chapa CUTista, o CPERS volta a ter a possibilidade de se reencontrar com o conjunto da categoria, com uma política mais ampla, mais abrangente e continuará a ser um sindicato combativo.

Para Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, o resultado da eleição indica que a categoria quer um sindicato que a represente. “Com a eleição da CUT a categoria respondeu que quer seu sindicato de volta. Um sindicato historicamente combativo, que lute pelo piso salarial, pelos trabalhadores da Educação do Rio Grande do Sul, que represente verdadeiramente os interesses da classe trabalhadora”.

A dirigente destaca a necessidade de diálogo. “O Sindicato chegou ao cúmulo de incendiar em praça pública um material pedagógico que estava em elaboração. Não se queima material, é uma afronta. É preciso diálogo, antes de tudo”.

Para Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS, a vitória da chapa 2 é sinal de uma mudança importante na estratégia de luta do sindicato, que há anos vem sendo desgastado pela falta de diálogo com a categoria e pelo discurso radical que sustenta.

“A direção atual tem um discurso demarcatório e denuncista que afasta as bases na luta por pautas importantes da categoria”, afirma o presidente. “De um sindicato com 87 mil sócios, 5 mil saíram do quadro de sócios apenas nos últimos 3 anos, tudo pela radicalidade da direção atual”.

Claudir sustenta que é preciso cuidado para que o sindicato não se misture com entidades que coloquem em risco um projeto muito maior, de uma sociedade melhor. Para o presidente, as práticas da direção atual são isolacionistas e isso pode fortalecer a colaboração com setores reacionários da sociedade.

CPERS Unido e forte

A chapa 2 alcançou a vitória após uma ampla articulação política da CUT com tendências internas do PT, como Democracia Socialista, Articulação pela Esquerda, PT Amplo, Unidade na Luta, Socialismo 21 e O Trabalho; além da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e de setores do PDT e do PTB. “Foi essa articulação que possibilitou chegarmos a 40% dos votos e sermos eleitos em primeiro turno”, afirma Nespolo.

O presidente da CNTE, Roberto Leão, ressalta que a chapa vencedora, encabeçada pela professora Helenir, é composta por pessoas que são vinculadas de fato à categoria e por isso são comprometidas com as lutas do Sindicato. “Com certeza, o Sindicato voltará a ter participação nas lutas da CUT, da CNTE. Isso faz com que o CPERS recupere sua inserção política na luta dos trabalhadores de todo o Brasil”, diz.

 Dialogar para garantir e ampliar direitos

“A estratégia CUTista é de diálogo. Diante de uma pauta importante como o piso salarial dos professores, por exemplo, a direção não se empenhou em mobilizar, dialogar, mobilizar novamente e pressionar,  abrindo caminho para as conquistas”, aponta Claudir Nespolo.  “É preciso agir de forma a garantir os direitos básicos para alcançar pautas ainda maiores, como uma melhor Educação“, finaliza.

Por: Henri Chevalier e Paula Brandão (CUT Nacional)

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