A cara de pau dos divisionistas é de fato impressionante. Sem o menor constrangimento, eles decidiram agora requerer a paternidade do Benefício Farmácia, uma das principais conquistas da FUP no Acordo Coletivo que eles indicaram a rejeição. Mas, como são oportunistas de carteirinha, resolveram mudar o discurso e reconheceram a relevância dessa conquista da FUP, principalmente para os aposentados e pensionistas. "Na verdade, o Benefício Farmácia é uma conquista de todos os sindicatos da FUP e da FNP", devaneiam em um editorial do Sindipetro-RJ, que está sendo replicado em todo o país.
Desde que foi implementado, há cinco meses, o novo benefício já foi utilizado mais de 100 mil vezes pelos petroleiros e seus dependentes. Não é à toa, que os divisionistas querem agora pegar carona nessa conquista da FUP e já começam a se contorcer para tentar fazer uma média com a categoria. Haja dialética! Se eles sempre bateram nos acordos firmados pela FUP, como podem agora tentar desconstruir esse discurso? A resposta está em outro trecho do editorial dos divisionistas:
"O Benefício Farmácia veio num pacote de proposta de ACT em 2013, onde a categoria nas assembleias só pode aprovar ou rejeitar o pacote. (...) é como o filé mignon oferecido pelo açougueiro com contrapeso de carne de segunda. A dona de casa consciente rejeita essa tramoia e a FNP rejeita a fraude salarial no pacote do ACT do RH da Petrobrás".
É lamentável, mas é assim que pensam e agem os divisionistas nos fóruns de negociação com a Petrobrás. Se dependêssemos deles, o que teríamos conquistado na campanha reivindicatória? Nada. Sequer somaram forças na greve de uma semana, que arrancou o Benefício Farmácia e outras conquistas importantes. Sem proposta para submeter à categoria, fizeram o que sempre fazem: indicaram a rejeição do Acordo conquistado pela FUP e foram atropelados pela base. O ACT teve um índice de aprovação de mais de 70%, pois é resultado de um sindicalismo de luta, responsável e respaldado pelos trabalhadores. Enquanto isso, os divisionistas batem bumbo e cabeça, perdidos em meio aos devaneios de um sindicalismo errático.