Durante todo o sábado de debates, foram tiradas posições que irão balizar as ações da entidade e as lutas da classe trabalhadora
Debates sobre a conjuntura nacional e estadual, aprovação de resoluções e eleição de delegados (as) para a Plenária Nacional marcaram o segundo dia da 14ª Plenária Estatutária da CUT-RS, no sábado, 24. Na parte da manhã, integrantes das correntes que compõem a direção da CUT-RS, fizeram a apresentação de suas teses.
Defender as reformas estruturais e assumir um compromisso com mudanças mais efetivas foram apontadas pela Articulação de Esquerda, como fundamentais para o Brasil. “Aqui no Rio Grande do Sul, também temos os nossos gargalos, por isso o protagonismo e unidade da CUT é importante para fortalecer esse enfrentamento”, disse Luiz Veronezi.
Representante da CUT Socialista e Democrática, Rosane Silva lembrou os avanços do governo Lula e Dilma e destacou a conquista do salário mínimo. Mas criticou a morosidade de outras pautas da classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário. Já Dary Beck Filho afirmou que não podemos retroceder nas eleições de outubro. “Cabe aos movimentos sociais e sindical construir as condições para os governos operarem as demandas da classe trabalhadora”, acredita.
“As crises que estamos vendo nos países vizinhos, logo chegará aqui e quem paga a conta nestes momentos são os trabalhadores. Por isso, a CUT tem que ser combativa e enfrentar os governos”, defendeu Elton Lima, que falou pela CUT Pode Mais. Após, Alberto Ledur lembrou a unidade da classe trabalhadora que enfrentou os ataques no governo Yeda. Ledur também citou a greve dos rodoviários de Porto Alegre, que aconteceu em fevereiro deste ano, como exemplo de manifestação bem sucedida e de unidade entre a categoria. “Precisamos ter esses exemplos como horizonte para fortalecer o movimento.”
Pela Articulação Sindical, Amarildo Cenci e Mara Feltes ressaltaram o momento de disputa de projeto vivido em ano eleitoral, a necessidade de combater as desigualdades sociais, a importância de não retroceder nas conquistas da classe trabalhadora e o papel do sindicalismo na sociedade. “Sindicato tem que sentar e negociar. Não podemos culpar os governos pela nossa incompetência”, declarou Mara Feltes.
Por último, representando O Trabalho, Marcelo Carlini, falou da ofensiva que os trabalhadores sofrem ao redor do mundo, com ataques de governos de extrema direita, trabalho precário e pagando a conta da crise financeira. “Mais do que nunca, precisamos defender a nossa Central, não só na sociedade, mas nos nossos sindicatos”, afirmou Carlini.
Após as intervenções da plenária, os dirigentes apresentaram as resoluções que foram à votação. Apoio a reeleição de Dilma e Tarso, a demarcação de terras indígenas e o Plebiscito Popular pela Reforma Política foram os principais temas dos documentos.
Teatro
No final da manhã, os delegados prestigiaram a estreia da esquete, “Cálice – Uma peça que censura nenhuma vai cortar”, do grupo Teatro Geração Bugiganga (TGB). A apresentação de 20 minutos é um recorte da peça que aborda o duro período de ditadura no Brasil.
“Muitos acreditam que nada aconteceu, outros tantos não viram nada acontecer, mas muitos companheiros tombaram, muitas vozes foram silenciadas, muitas famílias estão órfãs de qualquer tipo de informação até hoje”, disse o diretor do TGB, Marcelo Schneider.
O grupo foi fundado em 1993, na cidade de São Leopoldo e tem uma forte atuação no movimento sindical.
Recomposição da direção
Na parte da tarde, o plano de lutas da CUT-RS foi à votação. “Precisamos ter clareza no plano de lutas, pois a partir de segunda-feira, ele irá balizar as ações da nossa entidade”, disse o presidente da Central.
Os novos integrantes da direção também foram apresentados. Marco Leal é novo secretário de Juventude, Isis Garcia Marques assume a secretaria de Mulheres e Jorge Elio de Oliveira, a secretaria de Combate ao Racismo. Juberlei Bacelo passa a integrar a direção estadual e Alceu Weber, a suplência do Conselho Fiscal.
Por último, foi eleita a delegação gaúcha que participará da Plenária Nacional da CUT, de 28 de julho à 1º de agosto, em São Paulo. A atividade encerrou ao som do hino da Internacional Socialista.
“Sei que vamos embora daqui melhor do que entramos, com instrumentos para nortear as nossas lutas e unidade. Terminamos com o hino da Internacional por todo o seu simbolismo e com a certeza de que a luta continua”, finalizou Nespolo.
285 delegados participaram da 14ª Plenária Estatutária da CUT-RS. Destes, 116 são mulheres e 169, homens.