Em 2006, no Estado de São Paulo, aconteceu uma das maiores chacinas já vistas em nosso país. Durante uma semana, mais precisamente entre os dias 12 e 20 de maio, policiais e grupos paramilitares de extermínio assassinaram, aproximadamente, 532 jovens de periferias paulistas. Na época, a imprensa divulgou o massacre como uma “resposta” aos ataques do PCC, mas o que ocorreu foi uma verdadeira matança de trabalhadores pobres, negros e moradores de periferia, vítimas históricas da violência do Estado brasileiro. Os relatos de moradores dão conta que, entre aqueles dias, a cidade de São Paulo estava um caos. A polícia não queria a população na rua e, por isso, deu o toque de recolher. Para ela, quem estivesse na rua depois do horário determinado era considerado inimigo e assim, muitos jovens inocentes foram tratados como bandidos e tiveram suas vidas abreviadas.
Para lutar contra a injustiça e a impunidade dos responsáveis pela tragédia que ocorreu na semana em que se comemora o Dia das Mães, familiares e amigos das vítimas se organizaram no Movimento das Mães de Maio. O objetivo do Movimento é que mude a política de segurança pública do Estado, que hoje é de repressão e extermínio. A luta das mães é a luta pela democracia, ética na polícia e para que seja banido dos boletins de ocorrência o auto de resistência e a resistência seguida de morte, onde a maioria desses casos acabam em inquéritos arquivados.
O mês das mães é um mês de lutas. E parafraseado a Presidenta Dilma Rousseff: “Porque a história de um grande país não se faz com uma juventude sendo objeto de violência. Se faz com a juventude viva...” Que mães e filhos possam viver em paz, com dignidade e esperança, juntos, lutando por um país melhor.