Reunido em Brasília nesta quarta-feira, 23 de abril, o Conselho Deliberativo da FUP reafirmou a importância dos petroleiros continuarem na linha de frente em defesa da Petrobrás, bem como do projeto de lei dos trabalhadores e movimentos sociais para que o petróleo seja um bem 100% controlado pelo Estado e com destinação social. As direções sindicais destacaram que a FUP deve ter firmeza nessa disputa, motivada por interesses eleitoreiros, mas também econômicos, principalmente daqueles que estão de olho no pré-sal, já que a Petrobrás é a operadora única. O Conselho Deliberativo discutiu uma agenda ampla, nacional e regional, com atos e manifestações pelo país afora, envolvendo os trabalhadores do Sistema Petrobrás, as centrais sindicais, os movimentos sociais e a população.
Agenda de luta:
23 de abril - lançamento em Brasília do Comitê Popular em Defesa da Petrobrás
28 de abril – ato em Salvador, em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Ediba)
15 de maio – ato no Rio de Janeiro, em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Edise)
21 de maio – ato em São Paulo, em frente ao Edifício Sede da Petrobrás (Edisp)
Petroleiros ocupam a Câmara, em Brasília, e dizem não aos entreguistas
Petroleiros de vários estados do país participaram na tarde de quarta-feira, 23, de mais uma manifestação contra a campanha de desmoralização da Petrobrás que tem sido promovida diuturnamente pelos veículos de comunicação e pelos partidos de oposição ao governo. O ato foi realizado no Anexo III da Câmara dos Deputados Federais, onde estudantes e movimentos sociais somaram-se à FUP e aos seus sindicatos em defesa da soberania e por uma Petrobrás pública e estatal, comprometida com os interesses nacionais.
Acesso e trânsito dos parlamentares, o Hall da Taquigrafia foi o local escolhido para o ato, onde petroleiros, camponeses e estudantes gritavam palavras de ordens, com faixas e cartazes contra a tentativa de privatização da Petrobrás. Estavam lá, dirigentes e militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), do MCP (Movimento Camponês Popular), do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), da UNE (União Nacional dos Estudantes), da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e da FENETEC (Federação Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas).
Deputados federais das bancadas do PT e do PCdoB discursaram ao lado dos dirigentes sindicais e dos movimentos estudantis e sociais, criticando o partidarismo da mídia e os interesses eleitoreiros e econômicos que movem os que defendem a CPI da Petrobrás. O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, propôs a criação de um Comitê Popular em Defesa da Petrobrás, para atuar em conjunto com as Frentes Parlamentares, entidades sindicais, organizações sociais e partidos políticos. Nas próximas semanas, os petroleiros darão continuidade aos atos em defesa da estatal, com manifestações já agendadas para Salvador (28/04), Rio de Janeiro (15/05) e São Paulo (21/05).
Moraes e o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, convocaram os parlamentares, estudantes e demais militantes sociais para um grande ato que os petroleiros, a CUT, a CTB e os movimentos sociais farão no próximo dia 15 de maio, no Rio de Janeiro, onde pretendem reunir cinco mil pessoas em um abraço ao edifício sede da Petrobrás. “Estamos vivendo uma disputa de classe, pois estamos diante de dois projetos de país: os que defendem o Brasil e os que querem entregar o nosso país”, ressaltou o presidente da CUT.
Moraes mandou um recado aos parlamentares e à mídia: “Entreguistas e lacaios do capital privado, tirem suas garras da Petrobrás. Assim como já fizemos em tantos outros momentos da nossa história, os trabalhadores do campo e da cidade, junto com os estudantes, ocuparão as ruas e praças desse país para defender o patrimônio do povo brasileiro”.
“Não temos dúvidas de que essa campanha contra a Petrobrás é ideológica e tem por trás o controle do pré-sal. O que a direita e a mídia burguesa querem é entregar nossos recursos aos capitais privados e multinacionais, assim como já fizeram com os nossos minérios e grande parte do setor elétrico. O momento é grave e precisamos estar unidos nessa luta, ressaltou Evandro Nesello, da Coordenação Nacional do MAB.
A presidente da UNE, Virgínia Barros, deixou claro que os estudantes e a juventude organizada continuarão firmes ao lado dos petroleiros e demais trabalhadores da cidade e do campo, defendendo a Petrobrás dos entreguistas. “Se não fosse a nossa luta para impedir que os tucanos e o DEM privatizassem a Petrobrás, não teríamos hoje as políticas sociais que vêm mudando a vida do povo brasileiro nos últimos anos. Defender a Petrobrás é defender os interesses nacionais e a soberania do nosso país. Só com a Petrobrás pública e estatal poderemos lutar para que as riquezas geradas pelo nosso petróleo sejam investidas na educação pública”, ressaltou a estudante.
Ao final do ato, o deputado federal Luiz Alberto (PT/BA), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, e a deputada Benedita da Silva, coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Fundo Social do Pré-Sal, leram o manifesto em defesa da Petrobrás, cujo texto reproduz trechos do manifesto divulgado pela FUP e movimentos sociais no dia 14 de abril, durante a primeira manifestação pública que os petroleiros realizaram no Rio de Janeiro, denunciando as intenções privatistas dos que atacam a estatal.
“É imperativo que a sociedade e o povo brasileiro estejam atentos para as reais intenções daqueles que atacam e condenam a Petrobrás, na tentativa de desmoralização da empresa. Não compactuamos de forma alguma com desvios de gestão, seja na Petrobrás ou em qualquer empresa estatal. Se houver culpados, que sejam devidamente punidos. Mas entendemos que as denúncias contra a empresa devem ser apuradas pelos órgãos fiscalizadores e não por uma CPI, armada para ser palanque eleitoral e midiático dos privatistas”, alerta o manifesto.
FUP