O 8 de março é uma data de luta, marcada por manifestações que levantam bandeiras feministas em defesa da igualdade, liberdade e autonomia. Nós, mulheres da Central Única dos Trabalhadores, estamos nesse movimento! Estamos nas ruas e sindicatos para reivindicar que o desenvolvimento econômico do Brasil seja acompanhado pela geração de postos de trabalho de qualidade, com proteção social para homens e mulheres. Para defender nosso direito de ocupar todos os cargos e profissões, com igualdade de oportunidades e salários em relação aos homens. Nós queremos liberdade para nos manifestar, sindicalizar, votar e sermos votadas. Como militantes do movimento sindical e feminista, atuamos para construir uma sociedade justa e igualitária, com trabalho decente e condições dignas, sem assédio moral ou exploração sexual.
Nesse 8 de março, estamos nas ruas para dizer que NÃO aceitaremos qualquer imposição de padrões de beleza, sexualidade ou comportamento.
Nos chama a atenção a pouca presença de mulheres nos espaços de representação formal e nos partidos políticos, ainda que seja incontestável sua capacidade em exercer funções de poder e decisão. Queremos igualdade de acesso e permanência no mercado formal de trabalho. Igualdade em relação à justiça, ao acesso à terra, aos serviços públicos. E, para isso, demandamos políticas públicas que garantam direitos e deveres iguais, compartilhados entre homens, mulheres e Estado.
Creche: um direito da criança e da família e dever do Estado
O cuidado com as crianças não é responsabilidade exclusiva das mulheres e deve ser partilhado com toda a sociedade. Cobramos dos governos estaduais e municipais creches públicas e de qualidade, que atendam às reais necessidades das crianças e da família.
Paridade
Conquistamos a paridade na composição das direções executivas da CUT. Agora o desafio é implementá-la no 12º CONCUT, em 2015. Queremos ainda a real representatividade das mulheres em outros espaços de poder e decisão. As mulheres representam apenas 9% da Câmara Federal e 12% do Senado Federal e nosso chamado é pela ampliação da participação das mulheres na política.
Direitos das Trabalhadoras Domésticas
Conquistamos a regulamentação dos direitos das trabalhadoras domésticas, como a redução da jornada de trabalho, o direito ao FGTS e ao seguro desemprego. Isto para que a categoria tenha os mesmos direitos conquistados pelos demais trabalhadores.
Combate à Violência contra as Mulheres
O Estado deve ter políticas públicas de prevenção e atendimento a toda forma de violência contra as mulheres. Não queremos que a violência se mantenha como parte do nosso cotidiano.
Aborto Legal e Seguro
Descriminalizar o aborto significa permitir que a decisão de levar ou não uma gravidez adiante seja das mulheres e, assim, impedir que milhares de mulheres morram ou sejam presas por terem interrompido uma gravidez não desejada. O Estado tem o dever de garantir o aborto em condições seguras e o atendimento integral à saúde das mulheres.
Democratização da Comunicação
Para rompermos estereótipos e padrões que mercantilizam e exploram nossos corpos, é necessária também uma profunda democratização dos meios de comunicação, com liberdade de expressão e de informação.
Fim das Terceirizações e Precarizações
Criação de empregos formais e de qualidade. Grande número de mulheres trabalha em segmentos com baixos salários, sem os direitos formais garantidos em lei e em setores pouco valorizados.
Seguridade Social Universal
Independentemente de ter vínculo empregatício ou ter contribuído para a previdência social, as pessoas tem direito a um sistema de proteção social que ofereça saúde e renda e garanta condições dignas de vida e envelhecimento.
Soberania Alimentar e Energética
Nossa luta é pelos bens comuns: floresta, água, sementes, saúde e educação, e para que os recursos naturais sejam administrados pelos povos dos territórios aonde se encontram, levando em contra a preservação e sustentabilidade. A expansão das relações de mercado atingiu o campo, áreas indígenas e quilombolas, contaminando as águas, impondo a utilização de sementes transgênicas, da monocultura e do agronegócio. Natureza não é mercadoria. Exigimos alternativas de preservação da soberania alimentar e energética.
CUT