PROCOP faz um ano de aniversário com acidentes graves em Manaus e no Paraná
A política da atual gestão da Petrobrás, focada em reduzir os gastos e o número de trabalhadores, mostra resultados. As explosões que aconteceram na Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e na Refinaria Isaac Sabá (Reman) não foram apenas acidentes, mas sim tragédias anunciadas. Em dezembro de 2012, a Empresa iniciou a aplicação do seu último programa de corte de custos, chamado PROCOP. No cardápio mais do mesmo conhecido pelos trabalhadores e trabalhadoras: redução do custo de manutenção e inspeção, postergação de serviços importantes e da redução dos efetivos, inclusive de terceirizados. Esse tipo de política de gestão existiu em outros momentos na Petrobrás com nomes diversos e os mesmos efeitos perversos. Os Sindicatos e a FUP alertaram que esse sistema incorria em riscos aos trabalhadores e ao patrimônio, mas a gestão da Empresa tapou os ouvidos para os alertas. No caso da Repar, os riscos eram tão iminentes, que o Sindipetro-PR/SC já havia protocolado um dossiê com mais de 500 páginas, junto ao Ministério Público do Trabalho, alertando para os perigos que a refinaria sofria.
Na noite da última quinta-feira (28), um incêndio de grandes proporções atingiu a unidade de Destilação da Repar, no Paraná. O rompimento de uma tubulação nas proximidades da bomba de carga para os fornos da U2100 foi a causa da explosão. Por pura sorte, nenhum trabalhador se feriu. O calor do fogo causou grandes danos estruturais, chegando a entortar vigas de sustentação de equipamentos e dutos. Veja o vídeo no nosso site.
Na noite de ontem, 01 de dezembro, um incêndio na Reman, em Manaus, de causas ainda não explicadas, deixou três pessoas feridas. Um dos trabalhadores teve em torno de 23% do corpo queimado, enquanto o outro teve 34% do corpo afetado. Um terceiro colaborador também foi atingido, mas suas queimaduras foram mais leves. O Sindipetro Manaus está apurando as causas, mas já se sabe que o fogo foi provocado por uma explosão na Unidade de Craqueamento Catalítico (USCC), no momento da parada para manutenção.
Aqui na Refap temos uma gerência que defende o PROCOP de forma veemente. Soma-se a isso o aumento de carga no limite dos equipamentos. Os trabalhadores já perceberam os efeitos maléficos dessa política. Esperamos que esses acidentes sirvam para abrir os olhos e as mentes daqueles que tem poder de gestão. A Refap precisa urgente repor seus efetivos, situação já denunciada pelo Sindipetro ao Ministério Público. Não queremos que se repita aqui outra tragédia anunciada.