Na semana em que o COPOM (Comitê de Política Monetária) realiza a última reunião do ano, que definirá o índice da Taxa SELIC, representantes da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT/RS) e de sindicatos filiados, realizaram, na manhã desta terça, 26, ato em frente ao Banco Central, em Porto Alegre (av. Alberto Bins, 348). A manifestação, que aconteceu simultaneamente em todo o país, marcou o Dia Nacional de Lutas pela redução imediata dos juros. O objetivo da atividade foi denunciar a atual política de juros, que só favorece aos banqueiros e especuladores, e exigir do governo mudanças na política monetária, caracterizada por sucessivos aumentos na Taxa Selic.
Para o presidente da CUT/RS , Claudir Antônio Nespolo, cada meio ponto percentual de aumento na taxa de juros, retira R$ 10 bilhões em recursos que poderiam ser aplicados em programas que beneficiam o conjunto da sociedade, mas são direcionados como juros para os bancos. “Esta política, acaba por incentivar a aplicação em papéis e não na produção, o que tem impacto nos empregos. Reconhecemos como positiva a política do governo no que diz respeito a geração de empregos nos últimos anos, mas denunciamos e somos contrários a política de juros, que tem que ser modificada”, alertou ele.
Para Nespolo, é preciso mudar esta política que só favorece aos banqueiros e prejudicam a população. “Neste sentido, defendemos uma regulamentação para o setor, com controle social, bem como reiteramos que o governo não pode ceder a pressão do setor, que ameaça com a volta da inflação para continuar angariando os seus enormes lucros”.
O presidente da CUT lembrou, ainda, a necessidade de que sejam feitas modificações na tabela do Imposto de Renda. “Não é justo que um trabalhador que ganha cerca de mil e setecentos reais já pague imposto de renda. É ainda menos justos que quem ganha cerca de quatro mil, pague a mesma alíquota de quem ganha dez ou vinte mil. Temos que exigir que sejam criadas novas alíquotas para taxar efetivamente as grandes fortunas deste país”, disse ele.
A manifestação contra a taxa de juros, faz parte da agenda de lutas dos trabalhadores, que no dia 12 de novembro foi às ruas exigir o fim do fator previdenciários e a correção na tabela do Imposto de Renda
Se houver novo reajuste nos juros, que só beneficia os banqueiros e as instituições financeiras, está será a sétima elevação neste ano e poderá levar a taxa de juros dos atuais 9,5% para até 10%.
CUTRS